Banca de DEFESA: OLGA MARIA HAWES FERNANDES DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : OLGA MARIA HAWES FERNANDES DE OLIVEIRA
DATA : 17/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: online
TÍTULO:

EXPERIÊNCIAS ESTÉTICAS NA CIDADE COLONIAL: POESIA SLAM E A FORMAÇÃO DE SUJEITOS POLÍTICOS EM NATAL/RN


PALAVRAS-CHAVES:

poesia slam, estética, política, cidade, nordeste.


PÁGINAS: 145
RESUMO:

Desde os anos 1990 eclode no Brasil o movimento artístico-cultural da literatura periférica, caracterizado pelo protagonismo de artistas advindos das periferias urbanas como uma resposta às segregações sócio culturais e raciais nas cidades modernas. Dentre esses movimentos, a poesia de resistência, ou slam poetry conquista cada vez mais adeptos. As batalhas de poesia, de caráter intenso e carnavalesco, avaliam poemas por seu caráter político, identitário, lírico e performático, e têm se espalhado pelo mundo inteiro, transformando o cenário cultural, anteriormente encerrado às elites, com a inserção de jovens, mulheres, pessoas racializadas e LGBTs na literatura. Na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, os slams vêm ganhando visibilidade desde 2019, e inserindo jovens artistas no cenário político-cultural local marcado pelas heranças do colonialismo e coronelismo. É nesse contexto que surge este trabalho, com o objetivo de investigar as experiências estéticas de poetas periféricos em sua relação com o político em Natal. O Slam Rima Central, um dos pioneiros da cultura de slam na cidade, foi escolhido como foco do estudo. A pesquisa foi orientada pelas noções de experiência/vivência estética em Vigotski e suas incorporações para o conceito de política em Jacques Rancière, estabelecendo triangulações com epistemologias feministas de(s)coloniais, através de pontes teóricas possíveis entre suas diversas autorias, dentre as quais evidenciamos Judith Butler e Patricia Hill Collins. A aproximação ao campo-tema aconteceu por meio da peregrinação nos eventos culturais da cidade e imersão nos eventos de slam através da participação- observante, bem como dos registros em diário de campo. Também foram realizadas duas entrevistas com os organizadores do slam, os slammasters. Os resultados foram organizados em três capítulos que visam construir cenas de dissenso, inspirados no método da cena de Rancière. O primeiro versa sobre a relação da poesia slam com a política, problematizando a produção de regimes sensíveis no meio literário. No segundo, introduzimos uma noite de slam, e os desarranjos espaço-temporais mobilizados no cenário urbano, investigando as práticas po(éticas) instituídas pelo movimento. No terceiro e último capítulo, analisamos o manifesto poético-musical de um dos entrevistados, tendo como plano de fundo o litígio em torno do processo de revisão do documento que determina o Plano Diretor da cidade de Natal. Concluiu-se que os slams são espaços de experimentação po(ética) que mobilizam a subversão das identidades e fomentam o surgimento de sujeitos políticos. O coletivo Rima Central favorece um espaço-tempo de potencialização da vida, uma comunidade estética responsável por produzir um comum dissensual em espaços policialescos, além de fomentar a auto valorização cultural e identitária, constituindo redes de aliança e acolhimento importantes para a emancipação política e celebração da expressão estética periférica e potiguar.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1160064 - KATIA MAHEIRIE
Externo à Instituição - MARCO AURÉLIO PRADO - UFMG
Interna - 426721 - MARIA TERESA LISBOA NOBRE PEREIRA
Externa à Instituição - TATIANA MINCHONI - UFSC
Notícia cadastrada em: 10/02/2025 18:58
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa10-producao.info.ufrn.br.sigaa10-producao