A FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NO CONTEXTO DA DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR
Formação em Psicologia; Ensino Superior; Democratização.
O Ensino Superior no Brasil carrega uma estrutura que privilegia os interesses da burguesia e exclui
estudantes oriundos das classes trabalhadoras. Dessa maneira, o elitismo que é um elemento marcante nas
Universidades, caracterizou também a formação em Psicologia ao longo da sua história. Diante disso, torna-
se pertinente questionar: essa parcela da população que foi historicamente excluída do acesso ao Ensino
Superior passa, por meio das políticas de democratização, a terem mais contato com a formação em
Psicologia? As políticas de democratização dos últimos dez anos contribuíram para uma possível
“deselitização” da formação em Psicologia? Dessa forma, esse trabalho objetiva analisar o cenário da
formação graduada em Psicologia no Brasil, no contexto da expansão e das políticas de democratização do
Ensino Superior. Além dos objetivos específicos, tais como: caracterizar o panorama atual de expansão e
distribuição dos cursos de Psicologia do Brasil; identificar quais fatores das políticas de democratização
reverberaram na formação em Psicologia. Para isso foi realizada uma investigação por meio de informações
de domínio público sobre o ensino superior localizadas em banco de dados do Ministério da Educação
(MEC) e do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), coletando informações
em microdados de bancos como o e-MEC, Censo da Educação Superior e ENADE. Os principais resultados
mostram que os cursos de Psicologia se distribuem geograficamente de forma heterogênea nas regiões
brasileiras, e que o perfil dos estudantes tem demonstrado mudanças concernentes às questões étnicas, ao
número de alunos beneficiados por bolsas e financiamentos, além do predomínio do curso noturno, o que
pode fazer supor que o curso de Psicologia seja composto majoritariamente por estudantes-trabalhadores.