O ACOMPANHAMENTO DAS PESSOAS COM HIPERTENSÃO E/OU DIABETES PELAS EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19: LIMITES E POSSIBILIDADES
Atenção Primária à Saúde; Covid-19. Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial.
A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, com potencial de gravidade, de alta transmissibilidade e de distribuição global. Dados sobre a doença indicam que idosos e pessoas com condições clínicas pré-existentes, como diabetes mellitus e hipertensão arterial apresentam risco elevado de evoluir para a forma grave da doença. Diante da situação de emergência sanitária, recomendações para a prevenção do contágio por covid-19 foram adotadas, dentre elas o distanciamento social e o reforço das medidas de higiene. A Atenção Primária à Saúde tem papel fundamental no cuidado às pessoas com doenças crônicas enquanto coordenadora do cuidado e ordenadora das Redes de Atenção à Saúde, especialmente no contexto da pandemia. Com algumas restrições impostas pela pandemia, o número de pessoas com hipertensão arterial e diabetes mellitus que frequentaram os serviços da Atenção Primária à Saúde em 2020 teve uma redução de 34% quando comparado ao ano de 2019. Com o objetivo de analisar o processo de trabalho das equipes de saúde da família sobre o acompanhamento das pessoas com hipertensão e diabetes no município de Natal no contexto da pandemia de covid-19 e identificar experiências exitosas no enfrentamento a situações de emergência sanitária, foi realizado um estudo exploratório descritivo do tipo estudo de caso, qualitativo. Utilizou-se a técnica de grupo focal com profissionais de saúde, gestores e líderes comunitários vinculados a duas Unidades de Saúde da Família do município de Natal, capital do Rio Grande do Norte/Brasil. Sob a análise de conteúdo produziram-se duas categorias temáticas. Os resultados mostraram que ocorreu prejuízo no acompanhamento e no acesso das pessoas com hipertensão e diabetes nas Unidades Básicas de Saúde, ocasionando a quebra da continuidade do cuidado e a consequente descompensação das pessoas com tais condições clínicas. O contexto da pandemia requereu das equipes uma readequação do processo de trabalho em busca da garantia da continuidade do cuidado e maior empoderamento dos usuários e familiares no cuidado às condições crônicas.