ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CUIDADO INTEGRAL E INTERSETORIAL À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO INTERIOR DO NORDESTE BRASILEIRO
Violência contra a Mulher. Estratégia Saúde da Família. Atenção Primária à Saúde. Intersetorialidade
A violência doméstica e familiar é um grave problema de saúde pública no mundo, constituindo-se em um dos principais aspectos de violação dos direitos humanos, por afetar à saúde, à integridade física, o direito à vida. O objetivo deste estudo é analisar a atuação da Atenção Primária à Saúde (APS) no cuidado às mulheres em situação de violência doméstica e familiar no município de Parelhas/RN, na perspectiva da intersetorialidade e integralidade da atenção. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. A investigação ocorreu entre os meses de fevereiro e março de 2022, por meio da utilização de um diário de campo e de entrevistas individuais semiestruturadas com profissionais que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) e na Gestão da Saúde do município. Participaram da pesquisa 7 profissionais que fazem parte da APS. Os resultados demonstram uma rede fragilizada, desarticulada, sem fluxos e protocolos estabelecido, no qual o diálogo entre os serviços se limita aos encaminhamentos individuais. Além disso, os profissionais da APS têm dificuldade de identificar a maioria dos serviços que formam a rede de atendimento, impossibilitando a oferta de um serviço de qualidade e resolutivo. Entretanto, apontam potencialidades, a exemplo do reconhecimento do estratégico e importante papel da APS como porta de entrada para as mulheres em situação de violência. Urge a necessidade do fortalecimento das políticas públicas e da rede de atendimento a essas mulheres, sendo imprescindível a oferta a educação permanente e a construção de espaços que permitam os profissionais da saúde a trocar experiências e opiniões, realizando a autoavaliação e refletindo sobre os limites e as capacidades individuais.