A percepção de uma equipe de Estratégia de Saúde da Família sobre a formação de um grupo de autocuidado para hipertensos
Hipertensão arterial sistêmica, grupo de autocuidado, educação popular, qualidade de vida.
Os modos de viver, de trabalhar e de se relacionar das pessoas mudaram consideravelmente nas últimas décadas em todo o mundo e sobretudo em países em desenvolvimento como o Brasil. Essas mudanças trouxeram consigo novas formas de adoecimento, dentre as quais destacam-se as doenças crônicas e degenerativas, patologias de difícil contenção e tratamento em geral, e de constante crescimento entre as populações. Uma das doenças crônicas de maior acometimento nas sociedades contemporâneas, inclusive na brasileira, é a hipertensão arterial sistêmica que possui alta prevalência e se configura como um grande risco para doenças do sistema circulatório como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e insuficiência renal crônica. No Brasil a forma de enfrentamento dessa patologia por parte das políticas e ações governamentais e institucionais tem demonstrado incipiência, haja vista o constante e permanente crescimento dos indicadores da mesma nas mais variadas localidades do país. A observação desses indicadores e dos desdobramentos trazidos pelo avanço dessa patologia numa população adscrita em uma área sob responsabilidade de uma equipe de Estratégia de Saúde da Família na cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, Brasil, ao longo de quatro anos de trabalho como parte dessa equipe, me despertou o interesse em estudar e pesquisar sobre essa doença e as possíveis estratégias de conter o seu avanço nessa população. Algumas experiências exitosas desenvolvidas em localidades com grandes quantidades de pessoas com hipertensão arterial tem demonstrado bons resultados na contenção do avanço dessa patologia com a formação de grupos de autocuidado para essas pessoas, o que nos levou a refletir sobre a possibilidade de reprodução dessa ideia porém com base na abordagem educacional defendida por Paulo Freire, a educação popular em saúde. Tendo em vista tudo isso, tornou-se importante desenvolver um estudo para detectar a percepção da equipe acerca da formação de grupos de autocuidado para a partir de então, planejar e executar a formação do referido grupo. Propomos uma entrevista como instrumento de coleta de dados e a Técnica de Associação Livre de Palavras, TALP, ambas para conhecermos a percepção desses profissionais acerca do tema foco da pesquisa. A análise dos dados colhidos será feita com base na Análise de Conteúdo de Badin. Ao final do estudo, esperamos que a equipe estudada reflita e desenvolva meios e habilidades para formar um grupo de autocuidado para usuários hipertenso visando alcançar a redução dos indicadores da patologia e o aumento da qualidade de vida desses usuários.