Variacoes morfologicas em cobras-corais verdadeiras do complexo de especies Micrurus ibiboboca (Wagler, 1824)
Variação geográfica; dimorfismo sexual; delimitação de espécies.
As serpentes da família Elapidae incluem representantes mundialmente famosos, como a mamba-negra, a mamba-verde, a cobra-rei e as najas, conhecidas por sua alta toxicidade e importância ecológica. No Novo Mundo, essa família é representada pelas cobras-corais verdadeiras, que se destacam por suas colorações chamativas e seu comportamento recluso, além de possuírem um veneno neurotóxico potente. Devido à grande sobreposição de características diagnósticas, extensas revisões e descrições de novas espécies são comumente realizadas, utilizando caracteres morfológicos e moleculares, pois também abarcam imensa diversidade críptica. Recentemente, o complexo de espécies Micrurus ibiboboca foi revisado, ocasionando a redescrição do táxon de mesmo nome e descrição de três novas espécies: Micrurus anibal, Micrurus bonita e Micrurus janisrozei. Entretando, estas espécies se enquadram no caso de vasta sobreposição de caracteres diagnósticos, sendo de relevante importância utilizar diferentes ferramentas para investigar suas diferenças. Em adição, como se tratam de espécies que ocorriam com o mesmo nome, é de grande interesse investigar suas variações morfológicas considerando diferentes abordagens. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo investigar variações geográficas em M. bonita, M. ibiboboca e M. janisrozei, além de testar dimorfismo sexual nos três taxa e delimitação de espécies no grupo utilizando técnicas morfométricas geométricas. Foi possível detectar variações morfológicas ao longo de um gradiente latitudinal em M. bonita e M. ibiboboca, no entanto, variações em indivíduos de M. bonita e M. janisrozei ocorrentes em diferentes Domínios Morfoclimáticos não foram observadas. Ao mesmo tempo, este trabalho amplia a distribuição geográfica de M. ibiboboca e M. janisrozei. Resultados preliminares mostram que as quatro espécies possuem diferenças significativas quanto ao formato da cabeça, mas apenas M. bonita demonstrou dimorfismo sexual para tamanho e forma, enquanto M. janisrozei apenas para forma.