PADRÃO DA MORTALIDADE BRASILEIRA: ESTIMATIVAS
A PARTIR DO NÍVEL MUNICIPAL
Palavras-chave: Padrão e nível da mortalidade, correção de sub-registro.
RESUMO:
Conhecer o nível e o padrão da mortalidade é importante para entender a dinâmica demográfica, bem como para planejar políticas públicas voltadas para a saúde e o bem estar da população. Umas das formas de obter informações sobre mortalidade é o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), importante sistema de armazenamento de informações sobre óbitos no Brasil, implantado em 1975 pelo DATASUS (Departamento de Informática do SUS). Nos últimos anos o SIM vem tendo avanços com relação à qualidade das informações fornecidas, porém seus dados ainda não tem a cobertura necessária para a utilização direta das informações. A melhoria desse sistema é fundamental para que se tenham estimativas confiáveis de nível e padrão da mortalidade segundo os mais variados níveis de agregação geográfica. Diante dessa importância, esse trabalho propõe o uso de uma metodologia de correção de sub-registro, que combina métodos demográficos tradicionais com o estimador bayesiano empírico proposto por James Stein (Marshall, 1991). Queioz et al (2013) apresentam estimativas de grau de cobertura para a mortalidade adulta em todas as mesorregiões brasileiras, a partir da utilização de métodos demográficos como o método de Gerações extintas combinado com o método Equação geral do balanceamento (HILL e CHOI, 2004). A ideia central é estimar também fatores de correção de sub-registro de óbitos para as primeiras idades, abaixo de 15 anos, por alguma metodologia que pode ser o método de mortalidade infanto-juvenil (BRASS e COALE, 1973). Com os dados de óbitos corrigidos nas áreas maiores (mesorregiões), estima-se o grau de cobertura de óbitos municipais através de padronização direta, obtendo os óbitos esperados em cada município a partir do risco de mortalidade da mesorregião. O estimador bayesiano empírico (BE), então, é utilizado para suavizar efeitos de flutuações aleatórias nesse grau de cobertura municipal, obtendo-se um fator de ajuste que corrige sub-registros eventuais e minimiza a variabilidade inerente a estimadores aplicados em pequenas áreas. Na busca de estimativas do nível e do padrão da mortalidade dos municípios brasileiros, esta metodologia será aplicada a todos os municípios brasileiros, para os anos de 1991, 2000 e 2010, por faixa etária e sexo. A região Sudeste tem os dados de mortalidade com melhor qualidade no país, enquanto que a região Norte tem a menor cobertura dos registros de óbitos. Nos anos estudados não foi observado diferenciais significativos do grau de cobertura por sexo. Considerando a qualidade dos registros de óbitos por idade, na maioria das regiões a faixa etária com menor cobertura é a que retrata a mortalidade jovem (15 a 34 anos) e a que tem melhores registros é a idosa (60 anos ou mais). Em todas as regiões do país as esperanças de vida das mulheres são mais altas que as dos homens.