Deslocamentos populacionais cotidianos nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador: evidências segundo a condição de migração
Mobilidade Pendular; Região Metropolitana de Fortaleza; Região Metropolitana de Recife; Região Metropolitana de Salvador
Apesar de o Censo Demográfico apresentar informações acerca da mobilidade pendular desde 1970, os dados se restringiam somente a identificação do volume das pessoas que a realizavam. Ao longo do tempo houve aperfeiçoamento dos quesitos censitários que captam esse deslocamento. Hoje, a partir de um conjunto de variáveis, é possível detectar a intensidade, a direção, o perfil da população que se desloca diariamente para um município diferente do de residência, seja com a finalidade de trabalhar ou estudar, e até mesmo o tempo gasto com o movimento. Essa necessidade de melhoria aconteceu devido ao intenso crescimento, observado desde 1980, da quantidade de indivíduos envolvidos nesse fenômeno, expandindo seus espaços de vida, bem como pela sua importância no que se refere a descentralização, integração e complementaridade de atividade econômica entre os municípios. Dessa forma, os deslocamentos pendulares, em especial os motivados por trabalho por serem superiores em volume aos por estudo, têm a capacidade de influenciar na forma de organização da população no espaço, principalmente metropolitano, fazendo com que haja mudanças nas demandas por políticas públicas, trabalho, educação, moradia, saúde, transportes, etc. Assim, faz-se importante contribuir com a análise da evolução recente desses fluxos, detectando os pontos de origem/destino e traçando o perfil dos pendulares que se deslocam para trabalhar nas Regiões Metropolitanas do Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador), dado a escassez de pesquisas que abordem tal questão, ainda mais comparando essas três metrópoles durante dois períodos (2000 e 2010). Nesse sentido, partindo da hipótese de que migrantes possuem melhores qualificações e renda em relação aos não migrantes, essa dissertação tem como objetivo principal analisar as diferenças em termos de inserção ocupacional existentes entre migrantes e não migrantes que realizavam a pendularidade nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza (RMF), Recife (RMR) e Salvador (RMS) em 2000 e 2010 segundo tipo de fluxo migratório intrametropolitano (Núcleo-Entorno, Entorno-Núcleo e Entorno-Entorno).