ESTIMATIVAS DE MORTALIDADE INFANTO-JUVENIL PARA AS MESORREGIÕES DO BRASIL PARA O DECÊNIO 2000/2010
MORTALIDADE INFANTO-JUVENIL; MESORREGIÕES; MODELOS DE REGRESSÃO LINEAR; SUB-REGISTRO; MODELO LOG-QUADRÁTICO
A queda acentuada dos níveis de mortalidade e a melhoria na qualidade dos registros vitais no Brasil foram processos generalizados nas últimas décadas, porém, com importantes contrastes regionais. Estimativas de taxas específicas de mortalidade, em algumas regiões do país, ainda representam um desafio para os demógrafos. Dentre as limitações destacam-se a alta variabilidade por idade nas taxas e a cobertura incompleta dos registros vitais. Os métodos demográficos para avaliação e correção do subregistro de óbitos nas primeiras idades possuem aplicabilidade limitada em populações subnacionais que experimentaram uma rápida e intensa desestabilização da sua estrutura etária, especialmente em níveis geográficos mais desagregados. Assim, o objetivo desse estudo é propor estimativas indiretas para a mortalidade infanto-juvenil, de 0 a 14 anos, com base na mortalidade adulta estimada para as mesorregiões do Brasil no decênio 2000/2010. As fontes de dados deste estudo são: Human Mortality Database (HMD), Censo 2010, Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e estimativas de mortalidade adulta para as mesorregiões do Brasil, estimadas pelo Projeto de Pesquisa “Estimativas de Mortalidade e Construção de Tabelas de Vida para Pequenas Áreas no Brasil, 1980 a 2010” (470866/2014 MCTI/CNPQ/MEC/CAPES/ e 454223/2014-5: MCTI/CNPQ). Duas propostas metodológicas foram empregadas, ambas utilizam modelos de regressão que pressupõe a existência de uma forte relação da mortalidade na infância com a mortalidade adulta. Ambas as propostas, evidenciam padrões de mortalidade com maiores níveis de mortalidade infanto-juvenil nas mesorregiões das regiões Norte e Nordeste do país. Os resultados apontam que as taxas de mortalidade estimadas pela Proposta 2 apresentam, em geral, maior heterogeneidade entre as mesorregiões de um mesmo estado, especialmente entre os homens. De um modo geral, os resultados obtidos apontam para níveis mais baixos mortalidade feminina com padrões mais homogêneos, em comparação à mortalidade masculina. Dentre os métodos empregados, a proposta 2 se mostra promissora para estimativas indiretas da mortalidade infanto-juvenil em áreas com mais baixa qualidade dos registros vitais.