Fecundidade do Nordeste Brasileiro: uma Modelagem Não Linear de Efeitos Mistos.
Taxas Específicas de Fecundidade, Estimativas, efeitos mistos.
A fecundidade é um dos componentes que influencia a estrutura etária das populações contribuindo na redução do volume da população e do seu envelhecimento. Dessa forma quando se procura estudar a tendência da fecundidade de uma população, torna-se necessário estudar também a modelagem dos níveis das curvas da fecundidade. Este interesse encontra-se motivado pela importante função que exercem tais curvas na realização de estimativas da população. Assim, o objetivo principal deste trabalho é avaliar a aplicação dos modelos não lineares de efeitos mistos para o estudo dos níveis e padrões de fecundidade nos estados do Nordeste Brasileiro, apresentando os princípios e supostos básicos, ilustrando sua aplicação para um caso concreto e realizar uma análise comparativa do comportamento da fecundidade por Estados em dois momentos no tempo, 2000 e 2010. Os modelos não lineares de efeitos mistos permitem analisar dados agrupados, como por exemplo, medidas repetidas em um mesmo grupo ou unidade observacional e levam em consideração tanto a correlação entre e intra-grupos, condição que é freqüentemente observada neste tipo de dados. Para a avaliação da aplicação deste tipo de modelo foram utilizadas como fontes de dados as informações sobre fecundidade coletadas no Censo Demográfico Brasileiro para os anos 2000 e 2010, como também os dados de nascimentos registradas no Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) para os anos 2000 e 2010. Realizou-se a análise e a estimativa do comportamento da fecundidade das mulheres em idade reprodutiva para os nove estados do Nordeste Brasileiro com base nos parâmetros de um modelo assintótico. Para a estimação dos parâmetros utilizou-se o método de máxima verossimilhança restrita (MVR) por meio do programa R-project 3.1.0 . Esse estudo confirma a presença das diferenças para cada estado do Nordeste Brasileiro no que se refere às taxas de fecundidade do inicio e final do período reprodutivo da mulher, como também se evidenciaram diferenças na velocidade com que as mulheres atingem a metade da Taxa de Fecundidade Total dos Estados, representada pela idade da população feminina. Acredita-se que essa abordagem facilite a análise e interpretação de estimativas da fecundidade captando níveis diferenciados explicados por parâmetros que seguem padrões assintóticos das taxas específicas por idade acumulada.