MIGRAÇÃO E SELETIVIDADE NA REGIÃO NORDESTE: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS DO CENSO DEMOGRÁFICO DE 2010.
Migração. Seletividade. Diferencial de Renda.
O objetivo desse estudo é analisar o efeito da migração sobre o diferencial de renda entre os imigrantes e não-migrantes nordestinos e, com isso, verificar se os imigrantes compõem ou não um grupo positivamente selecionado (que apresenta melhores características não-observáveis como habilidade, espírito empreendedor, dentre outras). O pressuposto que será testado é o de que a presença desses imigrantes afeta a desigualdade de renda da região receptora, o que pode explicar parte da elevada desigualdade deparada no Nordeste brasileiro. O estudo está baseado na literatura de seletividade migratória introduzida por Roy (1951), Borjas (1987) e Chiswick (1999). Será estimada a equação de salários de Mincer (1974) por meio do Método de Mínimos Quadrados Ordinários, utilizando as informações dos microdados da amostra do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados que correspondem à comparação do perfil socioeconômico, mostraram que os imigrantes são mais qualificados e, em média, mais bem pagos que os não-migrantes. Com a estimação do modelo, verificou-se que, mantendo as demais variáveis constantes, a renda que os imigrantes auferem é 14,40% maior que a dos não-migrantes. Dessa forma, constatou-se existência de seletividade positiva nas migrações dirigidas à região Nordeste.