NATAL: UMA CIDADE PARA PESSOAS?
Uma análise sobre a dimensão humana no planejamento urbano da cidade do Natal/RN baseada na obra do Jan Gehl
Cidade seletiva; Cidade para pessoas; Planos diretores; Direito à cidade; Jan Gehl.
O presente trabalho, cuja motivação foi a leitura do livro a cidade para as pessoas de Jan Gehl, tem por objetivo analisar o plano diretor de Natal aprovado em 1994 e revisado em 2022, sob o ponto de vista da presença da dimensão humana na construção de uma “cidade para as pessoas” ao mesmo tempo que contribui para a seletividade espacial. De acordo com o pensamento de Jan Gehl, a “Cidade para as pessoas” se configura como princípio que permitiria o resgate da dimensão humana e a renovação das formas de usos dos espaços urbanos. No entanto, a legislação urbanística, na figura do plano diretor, torna-se chave de leitura do tempo presente por suscitar expectativas sobre a possibilidade transformadora do espaço ao amarrar artigos que priorizem a transformação da cidade real, ao mesmo tempo que impelem a cidade “problemática” como permanência, subtraindo o direito à cidade pelas pessoas. Nesta pesquisa, emprega-se o método dialético contemplando a tridimensionalidade dos espaços: concebido, vivido e percebido permitindo a compreensão da análise dos processos espaciais nestes diferentes níveis. Os espaços analisados neste trabalho foram selecionados considerando uma ativa participação de governança público-privada, e espaços recém revitalizados. Assim, ao final desta pesquisa, foi possível perceber que projetos baseados na metodologia de Jan Gehl, são positivos, porém, desvirtuados sobre o discurso político quando transpõem os espaços para a atuação da prática espacial, promovendo a seletividade espacial.