AVALIAÇÃO DO RISCO À SAUDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO AOS SUBPRODUTOS DA CLORAÇÃO DA ÁGUA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO
subprodutos de cloração; trihalometanos; risco sanitário; recirculação de água; floração de algas.
Diante do crescimento populacional e da degradação da qualidade da água dos mananciais de abastecimento público, torna-se cada vez mais desafiador abastecer as populações com água segura, de qualidade e em quantidade ideal, através das tecnologias de tratamento mais empregadas. As estações tratamento de água (ETA) são constituídas por diferentes tecnologias de tratamento bastante difundidas em todo o mundo. Os processos de filtração e desinfecção da água são fundamentais no tratamento para abastecimento humano. No entanto, nesses processos pode haver geração de resíduos ou de subprodutos que causem riscos à saúde da população. Foi realizada uma revisão sistemática sobre aspectos toxicológicos dos trihalometanos (THM) gerados no processo de desinfeção por cloração de agua de abastecimento público, na qual mostrou os citotóxicos, genotóxicos e mutagênicos dos THM além de demonstrar a necessidade de estudos que visem avaliar mais realisticamente as condições de exposição da população a esta família de substancias toxicas. Diante disso, este estudo propõe avaliar a eficiência do processo de tratamento de potabilização de água do sistema de distribuição além dos consequentes riscos sanitários atrelados a ocorrência destes. Para tanto, amostras de água foram coletadas em uma estação de tratamento de água (ETA) do município de Extremoz (RN) a fim de identificar os processos físico-químicos vinculados á formação de THMs além de avaliar os riscos sanitários atrelados com a exposição aos THMs através da rede pública de distribuição. Foram executadas análises físico-químicas, microbiológicas e hidrobiológicas. Os resultados comprovaram que a formação dos THM está relacionada às condições de cloração, como tempo de contato e concentração, assim como às características da água bruta, como a concentração e propriedades da matéria orgânica. No entanto, a água de lavagem dos filtros (ALF) tratada em lagoa de sedimentação e recirculada no sistema contribuiu para floração de cianobactérias potencialmente produtoras de cianotoxinas. A água de abastecimento público tratada a partir de um manancial com elevada presença de matéria orgânica, filtração direta, recirculação de ALF e desinfecção por cloro possui riscos sanitários devido a elevada formação de THM. Desta forma, fica evidente que a concepção de operacionalização da ETA para tratar água bruta com elevada carga de matéria orgânica gera riscos à população abastecida, uma vez que contribuem para formação de elevadas concentrações de THM, sendo comprovados os riscos não carcinogênicos e carcinogênicos da exposição a quantidade desses compostos para os consumidores de água tratada de uma lagoa tropical.