PRESSÃO TURÍSTICA SOBRE ÁREAS DE PROTEÇÃO DE RECIFES DE CORAIS: CONSEQUÊNCIAS SOBRE AS COMUNIDADES MACROALGAL E ICTIOLÓGICA.
riqueza de espécies, macroalgas, peixes, pressão do turismo.
Neste trabalho foi proposta uma integração entre o monitoramento científico das macroalgas, o conhecimento do pescador e a recuperação de dados pretéritos para compreender o efeito das pressões antrópicas associadas ao turismo em sistemas recifais. A riqueza de macroalgas em sítios explorados e não explorados foi avaliada para fins de comparação. Além da produção primária, analisamos a opinião dos pescadores sobre a riqueza de peixes atual, o que possibilitou uma comparação com os dados provenientes de amostragens conduzidas nestes locais no passado. Sítios expostos à introdução de turismo intensivo nas últimas décadas e locais pouco explorados foram utilizados como modelo para comparação espacial. Os padrões encontrados apontaram valores maiores de riqueza de espécies de peixes de importância comercial antes da inserção do turismo, com declínio na abundância e comprimento máximo de espécies importantes para a pesca. O pisoteio de organismos, a sobrepesca e as práticas do turismo desordenado foram consideradas as piores ameaças ao equilíbrio do ambiente coralíneo. Estas afirmações foram confirmadas através dos índices de similaridade, em comparações espaciais e temporais. A justificativa para a perda de biodiversidade apresentada por pescadores ampliou a confiança em seu papel como especialistas. Amostras realizadas no passado exibiram um valor mais elevado em relação a riqueza de espécies, complementando as informações geradas através do “know-how” dos pescadores. Somente sítios onde o turismo é organizado devidamente apresentaram melhores condições para a vida dos pescadores. Esta abordagem forneceu evidências das relações que existem entre a perda de riqueza de espécies e o turismo desordenado ambientalmente. Atreladas a este declínio, práticas que podem ser evitadas no futuro foram registradas e servem como subsídio para que políticas voltadas para a exploração de áreas coralíneas sejam planejadas levando em consideração tais impactos e seus efeitos.