CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E SANITÁRIA DA COMERCIALIZAÇÃO INFORMAL DE PLANTAS MEDICINAIS EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO SERIDÓ/RN.
feira livre, boas práticas, etnobotânica, raizeiros, contaminação
Historicamente, o homem reuniu de forma empírica conhecimentos acerca das aplicações terapêuticas de elementos extraídos dos ecossistemas nos quais se inseria. Tais conhecimentos ao longo do tempo culminaram na formação dos sistemas de Medicina Tradicional. Dentre os seus recursos, o uso de espécies vegetais bioativas – as plantas medicinais - destaca-se pela sua eficácia e alta aceitação popular. Estima-se que cerca de 80% da população mundial recorre ao seu uso, em especial nos países em desenvolvimento. Apesar de sua importância para a saúde coletiva, a população ainda tem nas feiras livres a principal fonte para a aquisição das espécies que utiliza. Nestes espaços, a comercialização de modo geral ocorre na informalidade, sob condições desfavoráveis à qualidade das plantas medicinais e à sustentabilidade financeira do negócio. Objetivamos caracterizar os aspectos socioeconômicos, culturais e sanitários referentes à comercialização de plantas medicinais em municípios de uma região semiárida do Rio Grande do Norte. Os dados socioeconômicos foram coletados através de entrevistas in loco guiadas por formulário estruturado; As observações acerca da adequação higiênico-sanitária das instalações físicas e práticas empregadas nos pontos de comercialização foram conduzidas e registradas com uso de check-list. A adequação ao consumo das plantas medicinais foi determinada através de análises microbiológicas. A atividade era exercida predominantemente por homens de meia idade, de baixo nível de escolaridade e baixa renda. A inexistência de registros administrativos adequados e o desinteresse das novas gerações afetam a sustentabilidade do comércio de plantas medicinais e o coloca sob risco de extinção na área estudada. A inadequação higiênico sanitária das instalações e práticas observadas afeta negativamente a qualidade dos produtos. Considerou-se todas as plantas medicinais analisadas como insalubres ao consumo humano, representando risco à saúde dos consumidores.