ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS E ANTRÓPICOS SOBRE A SAÚDE AMBIENTAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Recursos hídricos; Semiárido; Radioatividade natural; Indicadores de Qualidade ambiental; Saúde ambiental; Eutrofização; Impactos sanitários; FPSEEA.
A Saúde Ambiental abrange todos os aspectos da saúde humana que estão determinados por fatores do meio ambiente. Ambientes desequilibrados, degradados ou poluídos exercem seus impactos de diversas maneiras a depender, inclusive, das regiões geográficas e relacionam-se, por exemplo, com inúmeras variáveis socioeconômicas descritoras do próprio desenvolvimento humano. Nesse sentido, a complexidade do ambiente e suas relações com fatores antrópicos configuram um desafio na análise da qualidade ambiental, reconhecendo a diversidade de abordagens e a inexistência de um padrão metodológico universal. Com isso, há importância de selecionar métodos que se adequem às particularidades do objeto de estudo que, neste caso, foi o estado do Rio Grande do Norte (RN), cuja maior parte da população enfrenta desafios oriundos da convivência com as secas no semiárido nordestino e que, com o desenvolvimento socioeconômico, faz emergir a necessidade de lidar com dinâmicas atreladas ao crescimento, especialmente as com potencial de gerar impactos sanitários e ambientais. Assim, a saúde ambiental surge como um fator crucial para o desenvolvimento desde uma visão macro das características naturais e os impactos antrópicos nas distintas matrizes ambientais. A pesquisa teve como premissa que a deterioração ambiental afeta o perfil sanitário da população, propondo-se a caracterizar a qualidade ambiental e sua relação com a saúde. Os objetivos abrangeram a análise da qualidade hídrica, exposição humana à radiação natural e integração de dados ambientais, sociais e econômicos com o perfil sanitário. A tese buscou contribuir com a discussão acerca dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente os relacionados à saúde e ao saneamento. No primeiro capítulo, a análise da qualidade da água em municípios do RN revelou uma relação entre poluição e doenças de veiculação hídrica, destacando áreas prioritárias para intervenções. No segundo capítulo, examinou-se a associação entre a ocorrência de câncer e a exposição à radioatividade natural, evidenciando a necessidade de estudos adicionais para compreender e mitigar os impactos. O terceiro capítulo adotou uma abordagem multidisciplinar, utilizando o Modelo FPSEEA para a construção do marco teórico subjacente ao conceito de saúde ambiental. Baseado neste modelo, analisou-se a qualidade ambiental em níveis municipal e microrregional e sua relação com desfechos de interesse regional. O estudo destacou a associação da degradação ambiental com a prevalência de distintas problemáticas de saúde a nível regional tais como os acidentes ofídicos, as arboviroses, e a ocorrência de doenças respiratórias e câncer. Esta pesquisa também ressaltou a relevância do monitoramento da qualidade hídrica e da compreensão dos impactos da radioatividade natural na saúde pública, quanto a ocorrência de doenças atreladas com a perda da qualidade ambiental vinculando dados socioeconômicos com mitigação de potenciais impactos ambientais, promovendo a saúde e a sustentabilidade no RN. Espera-se que os resultados aqui expostos contribuam para a formulação de políticas ambientais e sanitárias eficazes, além de fornecer subsídios para o planejamento de ações de saneamento e vigilância à saúde.
ODS as quais a tese se vincula: 3 e 6.