A BIOTECNOLOGIA VEGETAL, CONHECIMENTO TRADICIONAL E PRÁTICAS DE MANEJO: SUBSÍDIOS À CONSERVAÇÃO DE Hancornia speciosa Gomes
Mangabeira; Conservação in vitro; Etnobotânica; Manejo da paisagem.
A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma espécie frutífera nativa do Brasil, apresenta ampla distribuição geográfica que vai desde os Cerrados até os tabuleiros costeiros do Nordeste, sendo bastante conhecida pela importância socioeconômica, ambiental e cultural. Nas últimas décadas, a intensificação da ação antrópica vem contribuindo para a redução significativa de seus campos nativos, e, consequentemente, de sua diversidade genética. Isto justifica a necessidade iminente de alternativas que possibilitem sua recomposição em ambiente natural e a conservação de seus genótipos. Nesse contexto, o objetivo geral da tese foi o de propor o desenvolvimento de estratégias que subsidiem a conservação ex situ e in situ da mangabeira utilizando como ferramentas a biotecnologia vegetal e os estudos etnobotânicos. Assim, este estudo inclui abordagens que envolvem aspectos da biotecnologia vegetal na conservação ex situ da mangabeira; de caracterização morfológica da espécie H. speciosa em diferentes unidades de paisagens, bem como uma abordagem etnobotânica a qual buscou caracterizar o conhecimento, uso e as principais práticas locais de manejo que envolve a espécie. Para tanto, uma das etapas dessa pesquisa gerou o capítulo 1, intitulado: “Crescimento lento em cultura in vitro para a conservação de Hancornia speciosa Gomes”. Nele, explantes nodais de mangabeira foram inoculados em meios de cultura MS contendo variadas concentrações dos agentes osmóticos sorbitol e sacarose, a fim de se observar qual tratamento induziria o crescimento lento da cultura sem afetar a viabilidade das plantas. Ao fim de 120 dias, comprovou-se a partir da analise estatística com 5% de significância que a adição de agentes osmóticos na concentração de 5 g L-1 de sorbitol + 15 g L-1 de sacarose reduz a taxa de crescimento in vitro mantendo a viabilidade das plantas. Já o aumento das concentrações de sorbitol em combinação com sacarose reduz o crescimento in vitro, porém, não se mostraram viáveis para a manutenção das plantas ao longo dos 120 dias de cultivo.