As corpas dissidentes das cenas decoloniais no bregafunk: contestações das representações racializadas e cisnormativas das imagens de controle
bregafunk; interseccionalidade; imagens de controle; estratégias de transcodificação; corpossom
O presente texto desenvolve uma análise das intersecções em torno das estratégias de contestação das imagens de controle que operam na construção de gênero, raça, classe e sexualidade nos videoclipes protagonizados por artistas da cena bregafunk, a exemplo de Danny Bond, Rayssa Dias e Gyldo. A partir da compreensão dessas táticas de ressignificações de corpos e corpas dissidentes, o objetivo é de compreender como elas desafiam um regime racializado e cisnormativo de representação de corpas negras, transexuais, lésbicas e bichas afeminadas que habita na diferença colonial em uma perspectiva de lócus fraturado. Assim, enquanto proposta de tese, as tecnologias de representação — dentre elas a música e o corpo — atuam para subverter os regimes identitários. Ainda, pensar na visibilidade desses artistas em plataformas como Spotify e Youtube e de como os algoritmos ressoam ou não as opressões que esses corpos e corpas já enfrentam no offline. No cerne da análise, ao perceber as inscrições corpóreas presentes nos videoclipes, este trabalho identifica estratégias de transcodificação —de inversão dos estereótipos, imagens positivas, olhares internos e lugares enunciativos —, com o intuito de contribuir para o olhar epistemológico sobre como essas performances tencionam as lógicas que operam sobre os corpos e formas de ser para além de regimes de opressão.