VIVER E SENTIR PELAS TELAS: MIDIATIZAÇÃO E O ENGENDRAMENTO DE INFÂNCIAS EM TEMPOS DE PANDEMIA
Pandemia; Covid 19; Midiatização; Infância;
Resumo:
O presente trabalho aborda a tessitura de infâncias vividas em um contexto de pandemia, notadamente a pandemia do Coronavírus (CRODA et al., 2022; HALL et al., 2022), de alcance global, ocorrida durante os últimos três anos (2020-2023); trata-se de um período na história da humanidade em que observamos franca midiatização (FAUSTO NETO, 2008; SANTI, 2016; SODRÉ, 2002), no qual as mídias adquiriram um reforçado sentido de janelas para o mundo, ordenadoras da vida cotidiana em níveis e/ou intensidades até então não experimentados; estamos concebendo a relação com os meios e sua cultura pelo viés do consumo simbólico (CANCLÍNI, 1999; SILVERSTONE, 2005), de modo que os elementos midiáticos dos quais o indivíduo se apropria entrelaçam-se com outros de sua experiência (BARBERO, 2006); compreendemos as mídias enquanto um ente social vinculado às construções de significados, valores e práticas relacionadas à experiência do indivíduo, à tessitura dos modos de vida em sociedade, nas suas diversas esferas de socialização; investigamos como se deu a experiência dos sujeitos infantis no contexto pandêmico, à luz do acirramento dos processos de midiatização em sua rotina, concentrando-nos mais precisamente nos desdobramentos dessas vivências no momento mais recente (pós-pandemia); tensionamos uma aproximação teórico-metodológica que supera o maniqueísmo em relação às crianças (BUCKINGHAM, 2012), tomando-as como sujeitos ativos e competentes no processo; em termos de metodologia, utilizamos uma abordagem qualitativa, ancorada numa perspectiva etnográfica (PEREIRA, 2019), lançando mão das entrevistas em profundidade como técnica de coleta de dados.