A pandemia e as vozes nos noticiários: As (re)configurações das fontes nos telejornais locais da Globo no Nordeste
Telejornalismo local; Pandemia; Interface; Globo; Produção de Sentido.
A cobertura da pandemia representou uma mudança na rotina de produção dos telejornais, à medida em que jornalistas tiveram que manter o distanciamento social para evitar que adoecessem. Mas ao passo que repórteres e fontes, ou ainda, jornalistas e telespectadores estavam distantes como medida de segurança, por outro lado houve reformulação na linguagem do telejornal, com o uso de vídeos, fotos e entrevistas feitas de forma remota, através de celulares e com programas de transmissão pela internet. Esta pesquisa pretende entender as (re)configurações a partir da Covid-19, utilizando como objeto noticiários locais da Globo no Nordeste, buscando o sentido na proximidade estabelecida com os telespectadores, concentrando-se nos telejornais produzidos nas capitais da PB, PE e RN. Através da Análise de Conteúdo desses telejornais locais, serão apontadas as modalidades de entrevistas que ficaram após os picos de casos de Covid-19: remota ou presencial/ síncrona ou assíncrona/ gravada ou ao vivo, com especialistas/povo e fontes locais/regionais/nacionais/internacionais. Os trabalhos sobre a cobertura jornalística em tempos de pandemia, de autores como EMERIM et al. (2020) e BELÉM et al. (2020), além do conceito de interface SCOLARI (2018) serão fundamentais para a construção do entendimento dessas alterações. Como hipótese temos posto que o conceito de proximidade nas vozes do telejornal local, que sempre foi fundamental para a construção do sentido nas reportagens, ficou ainda mais fluido e a utilização de fontes múltiplas e distantes se tornaram a realidade permanente a partir da pandemia, ocasionando um barateamento nas rotinas de produção e mais agilidade no processo de construção de reportagens e do telejornal em si.