FILHOS DE MÃE LUÍZA: UM ESTUDO PHOTOVOICE SOBRE JUVENTUDES
Mãe Luíza; Jovens; Mediações; Photovoice, Pesquisa-ação
Apesar de morar toda a minha vida em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, há territórios que nunca pisei. Mãe Luíza era um deles. Estigmatizado como bárbaro e violento pelos meios e comunicação locais, sua população resiste à tentativas freqüentes de expulsão de seus moradores e de outros problemas sociais presentes em todos os grandes centros urbanos. No entanto, esta pesquisa, ao contrário da grande maioria, não visa voltar seus olhos para tais, mas sim para um olhar diferenciado, uma nova perspectiva de seus moradores. Mais precisamente os jovens, que segundo Jesus Martín-Barbero (2017) são a chave para a compreensão de todas as mudanças que perpassam a sociedade. No entanto, como um homem branco, cisgênero e de classe média, devia procurar meios de convidá-los a participarem comigo da pesquisa. Assim como Vítor Sérgio Ferreira expõe: era preciso rejuvenescer os métodos, torná-los atrativos. Foi então que a pesquisa combinou dois métodos: sendo o Photovoice (Wang e Burris, 2006) e o Café com Bolo, metodologia própria, para a compreensão de suas dinâmicas. Evidenciamos que a presente pesquisa é fruto de um pesquisa-ação e que conta com os ensinamentos do pedagogo brasileiro Paulo Freire e a sua Pedagogia do Oprimido (2008). O resultado apresenta jovens além do estigma do bárbaro e violento, hiperconectados e que confrontam toda a ideia de tabus impostos pela sociedade, e com alto poder de engajamento e de consciência de classe.