CORPO-MÃE: POR UMA FOTOGRAFIA TRANSVERSA NA CONTEMPORANEIDADE
Fotografia transversa; corpo-mãe; arte; mídia
A pesquisa articula a prática artística fotográfica ao texto reflexivo feito a partir de uma seleção de obras fotográficas de artistas influenciadas pela maternidade, como Ana Casas Broda, Ana Álvarez-Errecalde, Annegret Soltau, Malu Teodoro e Priscilla Buhr, e pela condição de corpo-mãe, tanto delas quanto minha. Num primeiro momento seleciono uma mostra com uma obra de cada artista e no decorrer da dissertação apresento obras pessoais, esta parte ainda em construção. Ao longo do texto, uma pergunta é feita e para ela, somente, se busca uma resposta: "como a maternidade atravessa a produção fotográfica de mulheres artistas na contemporaneidade, incluindo a minha própria?". A maternidade é entendida como uma instituição social (RICH, 2019) e uma performance cultural (STEVENS, 2007). A fotografia é compreendida como mídia, um processo de mediação integrante de uma textura da experiência (SILVERSTONE, 2002), e como linguagem (HALL, 2016), ao possibilitar a expressão de sentidos e a comunicação de ideias e pensamentos. A pesquisa se aproxima do conceito de Fotografia transversa (NAVAS, 2017), queindica uma condição atual da imagem fotográfica na qual há possibilidade de hibridização com a arte contemporânea. A arte é entendida como instrumento e espaço capaz de proporcionar a abertura de um mundo novo (CAUQUELIN, 2005) e também um tipo de conhecimento e local no qual se pode pensar coisas que não são pensáveis em outros lugares (CAMNITZER, 2012). Além disso, a arte ainda figura como uma prática de problematização por meio da qual signos são decifrados e novos sentidos produzidos (ROLNIK, 2002). Obras de artistas contemporâneas são analisadas sob o olhar da maternidade e obras pessoais estão articuladas ao texto reflexivo ao longo da feitura da pesquisa.