Comunicação Pública e Meio Ambiente: A cobertura da atuação do MPF no RN contra a ocupação de áreas de preservação por empresas salineiras
Análise de Conteúdo; Comunicação e Meio Ambiente; Comunicação Pública; Assessoria de Imprensa; Ministério Público Federal.
O Rio Grande do Norte concentra 95% da produção de sal do Brasil. Essa atividade secular movimenta a economia, a política e a sociedade da denominada região da Costa Branca, no semiárido potiguar. No entanto, estudos de órgãos de defesa do meio ambiente indicam uma série de prejuízos ambientais causados pela manutenção de pilhas de sal em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Esta pesquisa consiste em qualiquantitativa da cobertura sobre a atuação do Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte (MPF/RN) em prol da retirada das pilhas de sal das áreas de preservação em 2019 por blogs, portais digitais e agências de notícias. Inclui a mensuração do espaço dedicado para o tema e de que forma ele foi abordado. Também busca-se compreender como o posicionamento expresso pelo MPF/RN foi retratado pela mídia e quais vozes tiveram maior destaque. Para esse fim, os principais conceitos do sociólogo Pierre Bourdieu sobre as estruturas sociais e disputas pelo poder, foram aplicados à metodologia da Análise de Conteúdo, com destaque para os campos sociais envolvidos e seus agentes e instituições. O estudo mostra que os veículos digitais tiveram, em grande parte, postura passiva e de repetição dos conteúdos divulgados pela assessoria de imprensa do MPF/RN. Dessa forma, a interseção entre os campos ambiental, científico e jurídico – representados principalmente pelo MPF/RN - prevaleceu, na cobertura analisada, sobre o discurso advindo do campo econômico (que teve apoio do campo político).