SOBRE A TRAJETÓRIA AFETIVA DE PSICOSE
PALAVRAS-CHAVE:
Psicose (Filme); Alfred Hitchcock (Diretor); Afeto e emoção; Estudos da Mídia e do Cinema; Produção de sentido.
Baseado no livro homônimo de Robert Bloch, o quadragésimo sétimo longa-metragem do diretor Alfred Hitchcock foi um fenômeno de bilheteria nos Estados Unidos e em países da Europa, América Latina e Ásia. Hoje, Psicose (1960) continua sendo referência para outras narrativas cinematográficas, televisivas, literárias e documentais. Desde a sua estreia, o filme foi discutido em outras ocasiões por perspectivas psicanalíticas e/ou linguísticas, mesmo quando alguns pesquisadores apontaram brechas nesses tipos de teorias para a explicação de fenômenos da experiência cinematográfica. Dessa maneira, o objetivo desse trabalho foi investigar a trajetória afetiva de Psicose sob a ótica de teorias modernas, com ênfase nas teorias cognitivistas. Começando por uma discussão do processo de compreensão narrativa, destrinchamos o enredo e apontamos alguns elementos culturais do ano de 1960. Depois disso, discorremos sobre a relação do pensamento no estímulo de emoções no cinema e analisamos esses tipos de respostas na narrativa. No que tange os afetos automáticos e pré-conscientes, utilizamos como aporte teórico-metodológico principal a teoria cognitivo-perceptual de Carl Plantinga (2009) para explicar a influência do estilo no processo de fruição de um filme. A partir do método quantitativo desenvolvido por Barry Salt (1974; 2009a), pudemos ainda comparar as estratégias sensíveis entre as cenas deste filme e entre ele e filmes de outros diretores e épocas. Ao final, apresentamos uma revisão dos principais assuntos abordados no texto e consideramos diretrizes possíveis para pesquisas futuras.