FACEBOOK: ativismo de solidariedade no
Grupo de Apoio à Criança com Câncer
Práticas Sociais. Mídia. Câncer. Facebook. Voluntariado. Ética.
O presente trabalho versa sobre a utilização da mídia Facebook pelo setor de comunicação do Grupo de Apoio à Criança com Câncer do Rio Grande do Norte – GACC, mostrando sua filosofia de trabalho, a qual procura incentivar a adesão de novos voluntários e doadores para a entidade, por meio de postagens com características humanitárias e da exposição de momentos nos quais as doações ocorrem, além da presença de voluntários e crianças atendidas em eventos culturais e sociais. Através de pesquisa qualitativa, análises e observações, com a utilização de entrevistas, chega-se à conclusão de que a maneira como o setor de comunicação da entidade trabalha obtém resultado satisfatório quanto ao envolvimento de mais voluntários e de maior aporte de recursos. Essa maneira de agir encontra amparo no Ciberativismo, que busca apoio para suas causas através da Internet e de outras mídias, tentando, com isso, formatar uma rede de solidariedade. É revelado, ainda, um painel do câncer, de maneira geral, no planeta, no Brasil e no Rio Grande do Norte, com detalhamento da atuação do GACC e do seu setor de comunicação. O estudo qualitativo recortou os meses de agosto, setembro e outubro de 2014. Todas as postagens da página do GACC no Facebook, no período anteriormente citado, foram analisadas, e alguns visitantes da página entrevistados, além de membros da entidade e pessoas de áreas afins ao assunto, como jornalistas e psicólogas. O conjunto de observações e de depoimentos conduziu o pesquisador ao entendimento de que as postagens conseguem sensibilizar as pessoas em direção a uma participação mais efetiva na entidade, seja contribuindo financeiramente, seja doando algo periodicamente ou, eventualmente, sendo a maneira não invasiva da comunicação – não expondo as crianças com suas fragilidades físicas e psicológicas e, sim, utilizando sempre o lado alegre, participativo e feliz de tudo que está relacionado ao universo das crianças atendidas, um dos fatores essenciais para o envolvimento de pessoas com o GACC. A pesquisa foi pontuada por teóricos da comunicação como Dinah Menezes (2005), que aborda a questão da limitação da ação das ONGs e aponta na direção da necessidade de um trabalho de comunicação estratégica para que possam ficar mais sólidas e atuantes; Recuero, descrevendo a interação mediada pelo computador que gera e mantém relações complexas de tipos e valores; Paula Sibilia, com a constante reafirmação do eu em suas complexas relações com o outro, a narrativa, a privacidade, a visibilidade, a instantaneidade, o culto à personalidade, a ficção, a solidão e o espetáculo; Thompson, com a sua “nova visibilidade”, em que pessoas podem ser vistas por muitos observadores sem que elas mesmas não os vejam; e, principalmente, Leonardo Boff, com suas teses de hospitalidade, virtudes, convivência, respeito e tolerância.