Banca de DEFESA: LUANE FERNANDES COSTA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUANE FERNANDES COSTA
DATA : 19/02/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Remoto - Google Meet
TÍTULO:

Performatividades ritualísticas das ialodês nos videoclipes da música negra brasileira contemporânea


PALAVRAS-CHAVES:
música; raça; religiosidade; performance e representação

PÁGINAS: 130
RESUMO:
A partir de conceitos da teoria racial negra, como a transcodificação (Hall, 2016), imagens de controle (Collins, 2019) e o atlântico negro (Gilroy, 2001) investigou-se a obra de três interlocutoras: Mc Tha, Luedji Luna e Bixarte, artistas afro-brasileiras que trazem em sua sonoridade e performance aspectos de religiosidade negra, como ritos, rituais e a presença das Ialodês - as orixás femininas, como Iansã, Nanã, Oxum e Iemanjá. Por meio  de indicadores metodológicos de análise aplicados às suas obras, e de uma metodologia própria intitulada Gira Midiática, examinou-se três eixos: as visualidades, as sonoridades e as textualidades. Durante as investigações, discutiu-se de que forma simbólica se manifesta a presença das religiões de matriz africana em seus videoclipes, como a performance das orixás e os indicadores de análise ancestrais e afrodiaspóricos previamente delimitados, como a água, os ritos, as cores, as guias, as folhas e os alimentos. Considerando os autores citados, pensou-se na indissociabilidade da música produzida na diáspora negra e nas religiões de matriz africana, bem como no confronto das imagens propostas com o regime de representação racializado. Evocamos conceitos como as imagens transcodificadoras (Hall, 2016), para compreender como essas imagens deslocam os estereótipos no imaginário social brasileiro sobre as religiões de matriz africana, submersas a uma ideia de precário, em um país predominantemente cristão e racista religioso. As imagens de liberdade (Guilherme, 2022) foram utilizadas para pensar em como as interlocutoras falam a partir de si, não mais sob um viés subordinado ao olhar branco colonizador, além de confrontar as imagens de controle que aprisionam corpos negros, corpos de terreiro e corpos desobedientes de gênero (Mombaça, 2021). Portanto, definiu-se nesta dissertação que as imagens dos videoclipes das cantoras negras brasileiras analisadas em Oxum (A Nova Era, Parte I) (2021), Banho de Folhas (2017) e Rito de Passá (2019), são transgressoras e emancipadoras, pois utilizam de um produto cultural como um espaço em que mulheres racializadas, cis ou trans, umbandistas ou candomblecistas, podem usar de seu repertório e presença para sentir-se empoderadas, reafirmando sua existência e a dos grupos que representam em um processo de resistência. As artistas foram escolhidas por trazerem o enfrentamento político em suas obras, além de partirem de lugares racializados, das periferias brasileiras e por incorporarem os aspectos de sua religiosidade em sua performance. Dessa forma, os esforços em trazer imagens opositoras (hooks, 2019), com elementos de valorização, calmaria e serenidade por meio dos rituais religiosos de matriz africana, desafiam as imagens que controlam a população de terreiro. 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2312564 - DANIEL RODRIGO MEIRINHO DE SOUZA
Interno - 1789369 - BRENO DA SILVA CARVALHO
Externa à Instituição - LUCIANA XAVIER DE OLIVEIRA - UFABC
Externo à Instituição - TOBIAS ARRUDA QUEIROZ - UERN
Notícia cadastrada em: 04/01/2024 15:51
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