CARTOGRAFIA DA MOBILIDADE JORNALÍSTICA: OS IMPACTOS DO USO DOS DISPOSITIVOS MÓVEIS DIGITAIS NA ROTINA DE PRODUÇÃO DO JORNALISTA EM NATAL (RN/BRASIL)
Estudos da Mídia. Práticas Sociais. Jornalismo. Cartografia Simbólica. Cartografia da mobilidade jornalística. Jornalismo móvel digital.
Investiga-se acerca dos impactos configurados pela prática do jornalismo móvel digital, no qual tecnologias móveis, como smartphones e tablets, são apropriados pelos jornalistas nas vertentes da produção e distribuição de suas rotinas laborais. Os dispositivos móveis digitais, com suas estruturas híbridas, miniaturizadas e com possibilidade de conexão sem fio à Internet (WiFi, 3G e 4G), são instrumentos cada vez mais presentes no processo de construção do conteúdo informativo pelas empresas jornalísticas. Isso ocorre porque tais aparelhos reconfiguram as noções espaço-temporais de desenvolvimento e disseminação dos materiais produzidos, proporcionando uma produção mais célere e instantânea. Contudo, essa atividade tem modificado o modus operandi das corporações jornalísticas, a relação dos profissionais com a tecnologia, o surgimento de novas potencialidades ligadas aos formatos e linguagens dos produtos jornalísticos e a exigência, por parte do mercado, de um perfil profissional diferenciado. Neste trabalho, visamos a elaboração de uma Cartografia da mobilidade jornalística, inspirados pelas virtualidades analíticas da Cartografia Simbólica (SANTOS, 2011) associada à entrevista, pesquisa bibliográfica e registro fotográfico para a coleta de dados. Tendo em vista a aproximação com o objeto de pesquisa, todos os processos foram totalmente realizados com dispositivos móveis. Como campo empírico de pesquisa, optamos por um recorte em âmbito local e estudamos as empresas Tribuna do Norte e Novo, ambas atuantes nas plataformas impressa e digital. Neste trabalho, o foco está na dimensão das práticas sociais da cultura do jornalismo móvel. Como resultados, analisamos a formação de comportamentos que se tornaram simbólicos a partir dessa prática, os quais foram analisados por meio de um viés reflexivo –analítico, que são: o jornalista polivalente-indolente; os níveis de conteúdo; a prática do selfiejornalismo; o repórter de imagem; a abertura dos canais informacionais; e o jornalismo imóvel.