MEMÓRIA E IDENTIDADE: UMA ANALISE DO FILME UTOPIA E BARBÁRIE DE SILVIO TENDLER
Cinema; Documentário; Memória; Identidade
O filme Utopia e Barbárie (2010) narra à história da famosa geração que marcou a segunda metade do século XX chamada geração de 1968, pelo olhar de seu diretor Silvio Tendler. Atualmente percebe-se o crescimento do numero de documentários que tem como matéria prima a história narrada em primeira pessoa, que se afasta da narração distante e imparcial dos documentários tradicionais, dando abertura a um olhar mais subjetivo e aproximado sobre a história. No presente trabalho realizamos um estudo de caso sobre o filme buscando entender os aspectos subjetivos e íntimos do diretor envolvidos na narrativa. Assim tomamos como objetivo a identificação dos procedimentos estéticos utilizados nessa narrativa e como neles se manifestam a afetividade e as memórias de seu realizador. Para tanto utilizamos como referencial teórico o conceito de ―espaço biográfico‖ de Leonor Arfuch (2002), memória coletiva de Maurice Halbwachs (1950) e o conceito de sujeito fragmentado Stuart Hall (1996) para nortear nossa análise. Utopia e Barbárie, um filme-ensaio narrado em primeira pessoa que promove uma mistura de elementos visuais e sonoros para produzir um documento histórico, não o bastante faz isso pelo viés pessoal do seu realizador, que é o condutor da história e através dela revela detalhes de sua vida pessoal fazendo uso de fotografias pessoais, filmes e pela voz over que o representa.