Resiliência no Mercado de Trabalho Formal no Nordeste Brasileiro: o uso da análise de sobrevivência para estimar a permanência nos postos de trabalho entre 2019 e 2021
Emprego formal, Análise de sobrevivência, Kaplan-Meier
Este estudo tem como objetivo geral analisar o tempo de permanência no emprego no Nordeste brasileiro entre 2019 e 2021. Especificamente, a pesquisa busca: i) Analisar o tempo de permanência no emprego por características observáveis (sexo, etnia e faixa etária); ii) Verificar se há diferença no tempo de permanência no emprego de acordo com o nível de escolaridade; iii) Comparar o tempo de permanência no emprego nas capitais em relação aos demais municípios do Estado. Na pesquisa, parte-se da hipótese de que os efeitos oriundos da pandemia podem surtir impactos negativos sobre o tempo de permanência no emprego, sobretudo, piorando a situação de trabalhadores mais vulneráveis (nordestinos, mulheres, idosos, jovens e com menor nível de qualificação). Para isso, emprega-se o método não paramétrico da análise de sobrevivência, estimando-se as curvas de sobrevivência utilizando-se, para tanto, os estimadores de Kaplan-Meier aplicados aos dados coletados da RAIS. Os resultados indicam uma redução severa na permanência no emprego dos trabalhadores nordestinos no ano de 2021. Os trabalhadores do sexo feminino, não-negro e de maior idade a maior probabilidade de sobrevivência no emprego do período. Contudo, o grupo mais atingido com a redução no tempo de permanência do emprego foram os trabalhadores homens, não-negros, jovens ou idosos dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia.