PROTEÔMICA COMPARATIVA DE LINHAGENS CELULARES HUMANAS EXPOSTAS A ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDO POR RIBOFLAVINA FOTOSSENSIBILIZADA
XPC, CSB, NER, apoptose.
Espécies reativas de oxigênio (EROs) são geradas, continuamente, podendo ser provenientes do metabolismo celular ou induzidas por fatores exógenos, além disso, apresentam a capacidade de danificar moléculas, como DNA e proteínas. BER é considerada a principal via de reparo de danos oxidativos ao DNA, entretanto, diversos estudos tem demonstrado a importância da participação de proteínas de outras vias na correção destas lesões. A deficiência de algumas enzimas da via NER, como CSB e XPC, que atuam na etapa de reconhecimento da lesão nas duas subvias deste sistema, influencia na eficácia do reparo de danos oxidativos. Entretanto, os mecanismos através dos quais, células deficientes nestas enzimas respondem ao estresse oxidativo e suas conseqüências ainda necessitam ser mais bem esclarecidos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise proteômica de linhagens celulares proficiente e deficiente em NER, expostas ao estresse oxidativo, de modo a identificar proteínas envolvidas, diretamente ou não, na resposta ao estresse oxidativo e reparo de DNA. Para isto, três linhagens de fibroblastos humanos, MRC5-SV, CS1AN (deficiente em CSB) e XP4PA (deficiente em XPC), foram tratadas com riboflavina fotosenssibilizada e, em seguida, foi realizada a identificação das proteínas diferencialmente expressas através do seqüenciamento de peptídeos por espectrometria de massas. A partir dos resultados, observou-se que a linhagem MRC5-SV apresenta aumento de expressão na maioria das proteínas envolvidas com a defesa celular, sendo uma resposta esperada para uma linhagem celular normal submetida a estresse. A linhagem CS1AN demonstrou uma resposta desarticulada, não sendo possível estabelecer muitas interações entre as proteínas identificadas, podendo ser uma explicação para sua sensibilidade a tratamentos com riboflavina e outros agentes oxidantes e aumento da morte celular provavelmente por indução das vias pró-apoptóticas. Já linhagem XP4PA apresentou maior expressão de proteínas bloqueadoras da apoptose, assim como, houve a inibição ou redução da expressão de outras envolvidas com a ativação deste processo, sugerindo a ativação de um circuito anti-apoptótico nesta linhagem, o que pode ajudar a explicar a alta susceptibilidade de indivíduos XPC a desenvolvimento de cânceres. Estes resultados também contribuirão para o esclarecimento dos mecanismos de atuação de NER em danos oxidativos e para a compreensão de vias importantes na correlação do estresse oxidativo, reparo e formação de tumores malígnos.