Diversidade de invertebrados em cavernas calcárias do Oeste Potiguar: subsídios para a determinação de áreas prioritárias para conservação.
Carste, fauna subterrânea, caatinga, troglóbios
Estima-se que as áreas cársticas brasileiras perfaçam cerca de 200 mil km2. As cavernas, um dos principais componentes do relevo cárstico, são definidas como cavidades naturais subterrâneas e são uma importante janela para a realização de estudos biológicos sobre os ambientes hipógeos. O Rio Grande do Norte é atualmente o 7º estado brasileiro em número de cavernas, com 563 cavidades cadastradas e os municípios de Baraúna, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Apodi e Mossoró, região Oeste do Estado, se destacam com 476 cavernas. No entanto, a exemplo do restante do país, a fauna cavernícola do Estado ainda é pobremente conhecida. O presente estudo utilizou dados de coletas de invertebrados realizadas em 47 cavernas e teve como objetivos analisar o efeito da sazonalidade nas comunidades de invertebrados cavernícolas, caracterizar essas comunidades e avaliar as relações entre variáveis bióticas e morfológicas das cavernas e do entorno, bem como definir áreas prioritárias para a conservação de ambientes cavernícolas da área de estudo a partir de parâmetros bióticos. Foram encontrados fortes efeitos da sazonalidade sobre a estrutura das comunidades de invertebrados cavernícolas, bem como foi possível avaliar como a morfologia da caverna e variáveis do ambiente externo influenciam as variáveis bióticas do sistema. Foram encontrados elevados valores de riqueza total de invertebrados e de espécies troglóbias e, diante da relevância biológica da área no contexto nacional e das iminentes pressões antrópicas existentes, foram definidas três principais áreas prioritárias para ações de conservação da biodiversidade cavernícola regional.