Modelagem Molecular do Fármaco Olmesartana Acoplado ao Receptor de Angiotensina AT1 em pH Ácido e Fisiológico
Receptor de Angiotensina. Olmesartana. pH. MFCC. DFT.
A hipertensão é um fator de risco para o acidente vascular cerebral (AVC), o qual predispõe pacientes à deficiências cognitivas e demências. A atividade excessiva do receptor AT1 do cérebro está associada às exageradas respostas simpática e hormonal provocadas pelo estresse, vulnerabilidade à isquemia cerebrovascular e inflamação cerebral, processos que levam à lesão neuronal. Sendo assim, o uso de anti-hipertensivos como o Olmesartana medoxomila (Benicar ®) mostra-se promissor na prevenção do AVC seja ele isquêmico ou hemorrágico. Tal fármaco pertence à família dos bloqueadores do receptor de angiotensina (BRAs) e atua como agonista inverso. Possui alta seletividade e potência para o receptor AT1, é bem tolerado, com um perfil de efeito adverso semelhante ao do placebo e tem demonstrado ser mais efetivo no tratamento da hipertensão do que outros BRAs. Células endoteliais cerebrais e astrócitos, constituintes da barreira hematoencefálica, são ricos em receptor AT1 em suas membranas e o grau de afinidade fármaco-receptor depende do pH do meio. Regiões cerebrais acometidas por inflamações ou isquemias podem alcançar um pH de até 6.1 no meio extracelular, sendo o pH normal igual à 7.3. O presente trabalho visa comparar a natureza e proporção de interações intermoleculares do olmesartana com o receptor AT1 em um sistema cristalografado por raio X sob pH 6.1 e 7.3, assim como quantificar as energias de ligação entre os aminoácidos do receptor e o fármaco até um raio de 10Å, sugerindo seu potencial terapêutico contra o AVC.