EVIDÊNCIA DE RETARDO NO PICO DE DESOVA DA TARTARUGA DE PENTE NA COSTA SUL DO RIO GRANDE DO NORTE.
Eretmochelys imbricata; Desova; Ajuste Logístico; Distribuição de frequência de oviposição; Deslocamento temporal do máximo de postura.
Neste trabalho foram realizadas análises que evidenciam diferenças no período de desova das tartarugas de pente (Eretmochelys imbricata) observadas no litoral sul do RN. O objetivo deste estudo consiste em comparar os picos de desovas, ao longo das estações de oviposição, por um período de dez anos de coleta de dados. Analisamos a base de dados (2006 a 2016) para avaliarmos se há um deslocamento temporal do período de desova da E. imbricata. Os registros de desova computados diariamente dentro de cada estação são visualizados como um histograma de distribuição diário de desovas. Com o intuito de suavizar os dados para realizarmos uma melhor análise estatística foi feita a soma cumulativa dos dados. Um ajuste usando a curva logística foi realizado sobre a soma cumulativa. Com base na função taxa de variação de desovas (derivada) calculada pela função soma cumulada e um ajuste Gaussiano estimamos, a partir deste ponto, o dia de máxima ocorrência de desova para cada estação. Foi observado uma correlação significativa entre os picos de ocorrências e as estações de desova. Pelo teste de Pearson obtivemos os dados estatísticos (R=-0.70; df=8; p=0,024). O coeficiente angular, calculado do ajuste linear dos dados, evidencia um retardo de aproximadamente 1,2 dias por ano, com erro de ± 4,4, ao longo do período estudado. Dados os resultados mostrados no presente trabalho, se poderia correlacionar a alteração do período de desova (descolamento temporal) com prováveis variações de recursos e alterações ambientais globais em função das mudanças climáticas. Este trabalho é fruto de uma parceria entre a Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB), Escola de Ciência e Tecnologia, da UFRN e o Projeto TAMAR.