Levantamento zoosanitário de parasitos de importância para a caprinocultura e ovinocultura potiguar
Eimeria, Haemonchus, Toxoplasma gondii, ELISA, OPG.
A caprinocultura e ovinocultura mostram-se como atividades agropecuárias
de grande importância para o semiárido nordestino. No entanto, a produção de caprinos e
ovinos se faz com várias dificuldades. Dentre elas as infecções parasitárias, em especial
as helmintoses do trato gastrintestinal, a eimeriose e a toxoplasmose; esta relacionada
com problemas na reprodução. Em virtude disso, este trabalho teve como objetivo fazer
o levantamento da ocorrência e de alguns determinantes das parasitoses que acometem
os rebanhos de pequenos ruminantes das microrregiões Natal, Macaíba, Litoral Sul,
Angicos, Vale do Açu e Borborema Potiguar. Para isso foram aplicados instrumentos
epidemiológicos com produtores, cuidadores ou responsáveis pelos rebanhos; e também
realizadas colheitas de amostras de sangue e fezes dos animais, em oito propriedades,
localizadas em sete municípios dessas microrregiões. A carga parasitária dos animais foi
determinada a através da contagem de ovos e oocistos por grama de fezes (OPG e OoPG,
respectivamente). Além disso, foi feita a recuperação de larvas infectantes. A pesquisa de
IgG anti-Toxoplasma gondii nos ovinos, foi realizada através do teste imunoenzimático
(ELISA). A análise dos instrumentos permitiu observar que a ivermectina é o anti-
helmíntico utilizado em 85,71% das propriedades. Do total de amostras de fezes dos ovinos
(n=179) 53,07% apresentaram positividade para ovos de helminto e 48,04% mostraram-
se positivas para oocistos de Eimeria. Com relação às amostras de fezes dos caprinos
(n=133), 72,18% foram positivas para ovos de helmintos e 96,99% para oocistos de
Eimeria. A menor contagem de OPG e de OoPG foi observada na microrregião Angicos.
A maior contagem de OPG foi encontrada na microrregião Litoral Sul e a de OoPG foi
encontrada na microrregião Borborema Potiguar. O gênero de helminto mais prevalente foi
Haemonchus, presente em 49,87% dos ovinos e em 80,42% dos caprinos. A prevalência de
IgG anti-Toxoplasma gondii variou de 63,33% a 100,00%. A regressão de Poisson mostrou
que os caprinos foram mais suscetíveis às infecções por parasitos do trato gastrintestinal do
que os ovinos (p≅0,000). Em todas as propriedades estudadas foi observada uma elevada
prevalência de infecção por T. gondii, sendo as menores taxas registradas nas microrregiões
Angicos e Borborema Potiguar.