CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Acinetobacter spp. PROVENIENTES DE PACIENTES INTERNADOS E DO AMBIENTE HOSPITALAR QUANTO À SUSCEPTIBILIDADE AOS ANTIMICROBIANOS, ANTISSÉPTICOS E DESINFETANTES
Infecção Hospitalar, Acinetobacter, Resistência, Antissépticos, Clorexidina, MALDI-TOF, PCR.
As Infecções Hospitalares (IH) se constituem na principal causa de morbidade e mortalidade hospitalar. Relatos de isolamentos de Acinetobacter multirresistentes em isolados clínicos e ambientais estão cada vez mais frequentes. Assim, esse projeto tem como objetivo caracterizar fenotipicamente e molecularmente isolados de Acinetobacter provenientes de pacientes internados e do ambiente hospitalar quanto à susceptibilidade aos antimicrobianos, antissépticos e desinfetantes bem como, determinar a prevalência dessa bactéria nos hospitais estudados. Os isolados de Acinetobacter foram coletados em 4 hospitais localizados na cidade do Natal-RN, durante 1 ano, entre 2013 e 2014. A identificação dos isolados foi realizada através de provas laboratoriais convencionais e através do sistema MALDI-TOF. A susceptibilidade aos antimicrobianos, antissépticos e desinfetantes foi avaliada através do método do disco-difusão. Para a droga tigeciclina e o antisséptico clorexidina a concentração inibitória mínima (CIM) foi determinada através dos métodos E-test e diluição em meio sólido, respectivamente. Ademais, foi realizado testes de triagem para as enzimas AmpC, ESBL e Carbapanemases e pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1, VIM-1, NDM-1, KPC-2, OXA-23,OXA-24,OXA-51,OXA-58,OXA-143), através da técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Não houve 100% de compatibilidade entre as técnicas utilizadas para a identificação. 90% e 81,8% das amostras foram identificadas como A.baumannii pelos testes convencionais e MALDI-TOF, respectivamente. No ambiente hospitalar, os locais mais contaminados por essa espécie foi a bancada de procedimentos e o chão. A maioria, (58,2%) das cepas de Acinetobacter apresentaram resistência a mais de três ou mais classes de antibióticos, e 95 % das amostras apresentaram CIM para a clorexidina ≥4 μg/mL. A positividade no teste para detecção de AmpC foi de 5,8%, para KPC foi de 62,6% e para o teste de detecção de Metallo-β-lactamase foi de 76,9%, nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL. Os genes mais encontrados foram o blaOXA51, blaOXA23 e blaOXA143. A média da prevalência de Acinetobacter nos hospitais estudados foi de 7,6% em amostra clínicas e de 12,8% nas amostras do ambiente hospitalar. O elevado número de Acinetobacter, sobretudo provenientes de superfícies hospitalares, multirresistentes aos antimicrobianos e aos antissépticos de uso hospitalar é preocupante. Esse cenário pode comprometer tanto os tratamentos empíricos de pacientes em estado grave quanto às estratégias de controle de infecção hospitalar.