Interfaces cultural, política e organizacional do Projeto “Caminhos do Frio – Rota Cultural” no contexto da regionalização do turismo no Brejo Paraibano
Turismo. Cultura. Regionalização. Brejo Paraibano. Caminhos do Frio – Rota Cultural.
O presente estudo consiste na análise das interfaces político, cultural e organizacional do projeto “Caminhos do Frio - Rota Cultural” no contexto da regionalização do turismo no Brejo Paraibano e apresenta a caracterização, roteirização e inventariamento dos 6 municípios componentes do projeto Caminhos do Frio – Rota Cultural, a identificação dos elementos culturais de uso turístico utilizados na roteirização do brejo, a investigação da articulação política e organizacional do projeto e a verificação da participação de cada agente produtor do turismo resultante no desenvolvimento do brejo paraibano. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de caráter qualitativo, que utiliza-se do paradigma interpretativista para realizar uma análise do ambiente no qual ocorre a regionalização do turismo no brejo da Paraíba e como os atores sociais participam do processo, de forma a buscar o desenvolvimento da região através da cultura e turismo, com a coleta in loco nos 6 municípios partícipes do Projeto coletadas através de entrevistas aos gestores, comunidade, órgãos públicos e trade turístico, além do uso da técnica da observação direta. Desta feita, com a análise dos dados pôde-se estabelecer a situação da produção cultural e turística e seu desenvolvimento na região do brejo (PB), onde a cultura apresenta-se um instrumento desenvolvimentista dentro da atividade turística devido ao seu potencial de inovação. Foi possível ratificar a inquestionável vocação do turismo cultural da região em questão, já sendo desenvolvidos outros projetos com a utilização dos recursos culturais tendo uma forte influência nas políticas do turismo regional. Assim, como principal resultado vê-se que o desenvolvimento regional desencadeou um processo de refuncionalização/ reapropriação do espaço que acabou reconstruindo uma nova ordenação territorial através do desenvolvimento de uma autonomia regional de gestão, de uma capacidade de apropriação e uso coletivo do excedente econômico, de um processo espontâneo de inclusão social, assim como de conscientização e mobilização turística (mesmo que inicial e tímido), de uma valorização dos bens naturais e culturais por todos os agentes envolvidos e principalmente de uma identificação da população com sua região e sua cultura, pois para se atingir o desenvolvimento regional não basta apenas o incremento econômico, mas, sobretudo a promoção dos fatores sociais endógenos como a mudança nos valores sociais e culturais e a integração dos atores sociais neste processo. Por fim, levando-se em conta as definições de sustentabilidade, considera-se que não se pode afirmar que o modelo de desenvolvimento visto no brejo paraibano é sustentável, porém é um modelo de desenvolvimento regional baseado nas características singulares que cada município possui e que cria uma identidade regional e têm correspondido às expectativas/ resultados almejados e portanto, a viabilidade da região ao desenvolvimento através do turismo cultural ficou comprovada.