ASSOCIAÇÃO DA AUTOESTIMA, O USO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS SUBSTÂNCIAS COM QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM HIV/AIDS.
Qualidade de vida; Autoestima; Álcool; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Constata-se que as pessoas afetadas pela aids são alvos do estigma, do preconceito e exclusão social, concomitantemente surgem os sentimentos indesejáveis, que podem desencadear o adoecimento psíquico. Partindo do pressuposto que a autoestima e o uso de álcool e outras substâncias podem estar associados a alteração da qualidade de vida das pessoas com aids propõe-se as seguintes hipóteses: H1 – Existe associação da autoestima, o uso de álcool, tabaco e outras substâncias com qualidade de vida de pessoas com HIV/aids acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada. H0 –Não existe associação da autoestima, o uso de álcool, tabaco e outras substâncias com qualidade de vida de pessoas com HIV/aids acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada. Objetivou-se avaliar a associação da autoestima, o uso de álcool, tabaco e outras substâncias com qualidade de vida de pessoas com HIV/aids acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada, em Parnamirim/RN-BR. Trata-se de um estudo analítico, de delineamento transversal e abordagem quantitativa para tratamento e análise dos dados, que visa identificar aspectos ligados à qualidade de vida, autoestima e uso de álcool e outras substâncias por pessoas que vivem com aids. A amostra por acessibilidade foi composta por 150 pessoas cadastradas nos Serviços de Assistência Especializada. No processo de coleta de dados utilizou-se quatro instrumentos específicos, a saber: 1. Questionário com a caracterização sociodemográfica; 2. Instrumento Medical Outcomes Study 36 – item Short Form (SF-36); 3. Escala de Autoestima de Rozemberg; 4. Questionário Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST). Os dados obtidos dos quatro instrumentos foram inicialmente inseridos numa planilha do Programa Excel, versão 2016, com checagem de possíveis erros na digitação. Posteriormente, esses dados foram exportados para o Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 21.0. Realizou-se as análises descritivas com frequências absolutas e relativas das variáveis nominais, e mínimo, máximo, média (DP) e mediana dos escores das variáveis escalares. Para avaliação da confiabilidade dos instrumentos questionário SF-36 e Escala de Autoestima de Rosemberg foi realizada a análise de consistência interna, através do Coeficiente Alfa de Cronbach. Optou-se pelos testes não paramétricos de associação (Testes Qui-quadrado e Exato de Fisher, Teste de U de Mann Whitney e Teste de Friedman) e correlação (Teste de Correlação de Spearman) e adotou-se o nível de p <0,05 de significância estatística. Todos os preceitos éticos foram respeitados e o projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, emitido CAEE nº 01426918.4.0000.5537. Constatou-se que mais da metade da amostra era constituída por homens (69%) com faixa etária de até 59 anos, solteiros (50%), renda familiar mensal de até 1 salário mínimo, que moram em casa alugada (37,3%), com tempo de estudo de acordo com o Ensino Médio (32%). Com relação aos domínios e dimensões da qualidade de vida, observa-se que o Aspecto Funcional (80,3), Físico (66,7) e Emocionais (60,4) obteve-se os melhores escores e Dor no corpo (24,1) com o menor escore. No que diz respeito aos escores da escala de autoestima segundo sexo, pode-se verificar que o feminino se apresentou melhor que o masculino, porém sem diferença significante. Na distribuição das substâncias usadas das pessoas com aids, destacou-se a bebida alcóolica 80 (53,3%), derivados do tabaco 61 (40,7%) e maconha 37 (24,7) em sua maioria no sexo masculino quando comparado com sexo feminino. As pessoas que tinham a autoestima mais baixa obtiveram em alguns domínios melhor qualidade de vida, exceto em duas dimensões, Estado Geral de Saúde e Dor no Corpo. Como conclusão, aceita-se a hipótese alternativa de que existe associação da autoestima, o uso de álcool, tabaco e outras substâncias com qualidade de vida de pessoas com HIV/aids acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada, evidenciando que a qualidade de vida apresenta mudança conforme a autoestima dos indivíduos entrevistados.