Banca de DEFESA: RAFAEL TAVARES SILVEIRA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAEL TAVARES SILVEIRA SILVA
DATA: 16/12/2014
HORA: 14:00
LOCAL: Departamento de Enfermagem
TÍTULO:

 Estratégias de enfrentamento de pessoas vivendo com AIDS frente à situação da doença. 


PALAVRAS-CHAVES:

Adaptação Psicológica; Perfil de Saúde; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; HIV; Enfermagem.


PÁGINAS: 92
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
RESUMO:

 

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), considerada na atualidade uma doença de caráter crônico devido ao advento do tratamento com antirretrovirais (TARV), traz aos indivíduos que vivem com essa doença, dificuldades relacionadas à convivência social e à adaptação a nova condição clínica e as rotinas impostas pelo tratamento. Essa realidade causa forte impacto na vida dessas pessoas que no intuito da superar tais obstáculos utilizam estratégias de enfrentamento, o Coping. Nesse contexto, objetivou-se neste estudo caracterizar o perfil epidemiológico, clínico e de hábitos de vida de pessoas vivendo com AIDS e analisar as estratégias de enfretamento utilizadas frente à situação da doença, segundo variáveis sociodemográficas, clínicas e hábitos de vida. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 331 pessoas cadastradas no ambulatório do Hospital Giselda Trigueiro (HGT), situado em Natal/RN, que possuíam agendamento para consulta médica ambulatorial no período de janeiro a agosto de 2014. A pesquisa obteve parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE), nº 16578613.0.0000.5537. A coleta de dados foi realizada através de entrevista estruturada e do Inventário de Estratégias de Enfrentamento de Folkman e Lazarus (IEEFL). Os dados da caracterização social demonstraram a predominância de pessoas do sexo masculino (52%), com faixa etária entre 20 e 30 anos (42%), procedentes da capital (58%), com ensino fundamental incompleto (49%), de cor parda (53%), com estado civil solteiro e sem companheiro (56%), heterossexuais (79%), com renda de até um salário mínimo (68%), de religião católica (64%) e com ocupação em instituição privada (50%). Em relação aos aspectos clínicos verificou-se que a maioria realizou o primeiro exame anti-HIV há menos de cinco anos (60%), referiu como motivo para realização do exame anti-HIV os sinais e sintomas da AIDS (90%), no momento do diagnóstico apresentou co-infecção (90%), prevalecendo a Tuberculose (50%), foram internados (90%), apresentaram contagem das células CD4 abaixo de 200 células/mm3 (85%) e carga viral acima de 10.000 cópias/mL (80%). No momento da coleta dos dados da pesquisa a contagem de CD4 ficou entre 200 e 500 células/mm3 (85%), a carga viral foi modificada para não detectável (97%). Quanto ao tratamento atual, mais da metade dos usuários iniciaram o TARV há menos de cinco anos (52%), não apresentaram reações adversas e modificações no esquema inicial (62%) e não abandonaram o tratamento (70%). Em relação aos que abandonaram o tratamento, identificou-se como principal motivo as reações adversas (75%).

No que diz respeito aos dias de atraso para retirada dos medicamentos, constatou-se que 70% relataram que atrasaram em média 29 dias, porém quando verificado os registros na farmácia foi observado um período maior de atraso entre 29 e 74 dias (50%). Relativamente aos hábitos de vida, evidenciou-se que o maior número não consumiam bebidas alcoólicas (71%), não fumavam (88%) e não usavam drogas ilícitas (92%). Sobre o usou preservativo antes do diagnóstico positivo para o HIV, 62% nunca o utilizaram e atualmente apenas 58% aderiram ao uso. No que se refere ao Coping destacaram-se escores médios maiores para os fatores de reavaliação positiva, resolução de problemas e fuga-esquiva. As mulheres e as pessoas com religião apresentaram escores médios elevados para todos os fatores. As pessoas com maior escolaridade apresentaram maiores escores médios para autocontrole, suporte social, fuga-esquiva, resolução de problemas e reavaliação positiva. Para os que referiram trabalhar, constaram-se escores médios mais elevados para autocontrole, suporte social, resolução de problemas e reavaliação positiva; para os que nunca abandonaram o tratamento, os maiores escores foram para o autocontrole, suporte social, aceitação de responsabilidades, fuga-esquiva, resolução de problemas e reavaliação positiva. O perfil da população estudada confere com as características nacionais, sugerindo feminilização, interiorização, pauperização, heterossexualização, aumento da contagem de células CD4 e redução da carga viral durante o tratamento e a manutenção de hábitos de vida saudáveis. A identificação das estratégias de enfrentamento das pessoas que vivem com AIDS, podem facilitar o planejamento da assistência, favorecendo a adaptação dessas pessoas aos estressores frente à situação da doença.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2379141 - RICHARDSON AUGUSTO ROSENDO DA SILVA
Interno - 3168491 - NILBA LIMA DE SOUZA
Externo à Instituição - FATIMA RAQUEL ROSADO MORAIS - UERN
Notícia cadastrada em: 02/12/2014 15:21
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa01-producao.info.ufrn.br.sigaa01-producao