BUFONARIA: ESTADO, CORPO E JOGO
estado bufão; técnicas do bufão; corpo grotesco; jogo; zombaria.
Esta pesquisa aborda o estado bufão na poética da cena, tecendo reflexões acerca do lugar da bufona e do bufão na sociedade, a partir da acepção do termo, além de discutir questões relacionadas à ética na performance bufa, ao se friccionar camadas do riso zombeteiro, atrelando-o ao reconhecimento histórico e social dessas figuras. A partir de uma revisão sobre as técnicas desenvolvidas pelos pedagogos franceses Jacques Lecoq e Philippe Gaulier, atenta para algumas implicações nos processos criativos, discutindo a construção e o jogo dos bufões no espetáculo Ubu Rei ou a revolta dos coadjuvantes (2018-2022), do Teatro Bissexto (Recife), grupo que integro. Refletiremos acerca das especificidades do estado e da corporeidade bufa em sua dimensão cômica, lúdica e grotesca, estabelecendo um diálogo com outras montagens da peça de Alfred Jarry, Ubu Rei, e com outras performances com viés bufonesco, bem como com outras pesquisadoras e pesquisadores. Este trabalho é um percurso cartográfico (Rolnik, 1987; 1998), um composto de atravessamentos e trocas de afetos, que conta ainda com o aporte teórico de Bakhtin (2010), Bergson (2018), Kayser (2013), Lopes (2005; 2017), Minois (2003), dentre outros.