NOSOTROS LOS NÁUFRAGOS: DERIVAS DE CONSCIÊNCIAS COMO PRÁTICAS PARA A CENA
Emergência Cênica; Alteridades; Práticas de si.
Movido pela questão do devir enquanto potência múltipla e criadora, e tendo a cartografia como orientação metodológica, este Projeto objetiva cartografar os processos de alteridade gerados e coordenados na prática préexpressiva da Oficina Emergência Cênica, e seus desdobramentos pedagógicos. Conectado a isso, propõe-se elaborar a metáfora do naufrágio para caracterizar a pedagogia decorrente desse trabalho psicofísico, bem como compor conceitualmente a “prática de si” (prática de dispor e coordenar alteridades emergentes) no contexto da Oficina. Como interlocutores do estudo, procura-se um diálogo entre filosofia da diferença, com Deleuze e Derrida, neurobiologia, com Humberto Maturana e Francisco Varela, e dramaturgia corporal com Amílcar Borges de Barros, cujas teorizações tem permitido a este Projeto entender a fisicalidade em suas relações com os modos como o corpo dispõe suas habilidades de adaptação perante os desafios psicofísicos propostos. A fisicalidade extrema lança o corpo a um lugar de desdobramento que cria condições para estar-se atento à simultaneidade de diferentes domínios que engendram o devir: domínio fisiológico, conceitual, perceptivo, narrativo. Assim, as linhas que estão sendo construídas nesse desenho cartográfico inicial dispõem as alteridades emergentes da referida Oficina ao lado do desequilíbrio, do erro, do naufrágio, como condição para os processos de criação de si no trabalho artístico e na vida.