Efeitos de diferentes pressões de compressão pneumática intermitente
sobre os marcadores indiretos do dano muscular induzido por exercício
em indivíduos fisicamente ativos: um ensaio clínico, randomizado e
duplo-cego
Dano muscular; Compressão pneumática intermitente; Exercício;
Atividade física; Marcadores sanguíneos.
Introdução: O dano muscular induzido pelo exercício (DMIE) é uma condição
resultante da prática de exercícios extenuantes ou não usuais, caracterizada
por rigidez muscular, redução na produção de força e dor muscular de início
tardio. A compressão pneumática intermitente (CPI) tem sido utilizada por
fisioterapeutas e equipes esportivas como estratégia de recuperação pós-
dano em atletas amadores e profissionais. No entanto, não estão claros os
reais efeitos e quais os parâmetros adequados desse recurso no controle
e/ou recuperação do DMIE. Objetivo: Verificar os efeitos de diferentes
pressões da CPI sobre marcadores indiretos do DMIE em indivíduos
fisicamente ativos e se há um nível de compressão mais eficiente. Métodos:
Este é um ensaio clínico randomizado, sham-controlado, com sigilo de
alocação, duplo-cego e análise por intenção de tratar. Envolveu 33
voluntários fisicamente ativos, entre 18 e 35 anos, que foram distribuídos
aleatoriamente em três grupos: grupo controle-sham, grupo CPI menor
pressão e grupo CPI maior pressão, que receberam 30 minutos de
intervenção com 30, 80 e 120 mmHg, respectivamente. Os indivíduos foram
submetidos a um protocolo de dano muscular: cinco séries de 20 saltos de
um caixote de 60 centímetros, seguidos de um salto vertical. Foram
realizadas cinco avaliações: pré-dano, pós-dano, pós-intervenção, 24 e 48
horas pós-intervenção, dos seguintes desfechos: dor, desempenho
neuromuscular (contração isocinética e taxa de desenvolvimento de torque),
desempenho funcional (salto vertical unipodal com contramovimento), fadiga
percebida, marcadores bioquímicos (creatina quinase), percepção de
recuperação, valência afetiva da intervenção e percepção global do efeito. A
análise estatística dos dados foi realizada no software SPSS, considerando
valor de p<0,05. Resultados: Foram encontradas interações estatísticas
tempo-grupo para a dor (p=0,049). Para os demais desfechos, não foram
encontradas interações relevantes tempo-grupo. Contudo, observaram-se
altos níveis de fadiga relatada após o dano muscular, que reduziram
globalmente nas avaliações seguintes, e uma maior redução dos níveis
séricos de CK no grupo maior pressão a partir da quarta avaliação.
Conclusão: O uso da CPI com diferentes pressões após o exercício, em
indivíduos fisicamente ativos, parece não surtir efeitos relevantes para a
recuperação da dor, fadiga, desempenho neuromuscular, funcional ou
marcadores bioquímicos de dano muscular, quando comparado ao uso de
um tratamento sham.