Avaliação não invasiva dos músculos respiratórios em sujeitos pós COVID-19
COVID-19, Pressões Respiratórias Máximas, Função Pulmonar
Resumo: Danos pulmonares e nas vias aéreas podem ser causados pela COVID-19, com isso, torna-se importate avaliar a musculatura respiratória dos sujeitos infectados pelo vírus. A pesquisa tem como objetivo avaliar de forma não invasiva as propriedades de contração e relaxamento dos músculos inspiratórios, assim como a atividade elétrica deles. Neste estudo transversal, desenvolvido no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/EBSERH), a avaliação dos músculos respiratórios, quanto às propriedades de contração (TC e MRPD) e relaxamento (MRR, ½ RT e tau), e atividade elétrica pela eletromiografia de superfície (EMGs) dos músculos esternocleidomastoideo (ECOM), escaleno, paraesternal e reto abdominal, foi realizada de forma não invasiva através do teste SNIP, em 39 indivíduos pós COVID-19, (18 mulheres e 21 homens) comparados a 39 saudáveis (18 mulheres e 21 homens). A análise estatística foi realizada no programa GraphPad Prism 8 software, onde é considerado um alfa (a) de 5% como significância estatística e um poder do teste (power) de 80%. Das propriedades de relaxamento obtidas da curva do sniff, ½ RT obteve diminuição significativa no grupo COVID-19 (p<0,05) quando comparado a saudáveis. Em relação as propriedades de contração não houve diferenças significativas, porém foi observado maior valor no TC nos sujeitos pós COVID-19. Além disso, não houve diferença significativa entre as variáveis eletromiográficas, contudo, percebeu-se auemento da atividade elétrica nos músculos ECOM (139,8 (110 – 167,8 vs 119 (79,2 – 193,6)), escaleno (212,2 (127,8 – 275) vs 135,9 (117,8 – 209)) e paraesternal (40 (32,7 – 54,6) vs 29,9 (11,7 – 63)). Dessa forma, concluímos que as propriedades de contração e relaxamento dos músculos inspiratórios, assim como a atividade elétrica desses músculos, não foram alteradas após a COVID-19. Contudo, mais estudos precisam ser realizados.