DOR E DESEMPENHO FÍSICO EM IDOSOS COMUNITÁRIOS – RESULTADOS DO INTERNATIONAL MOBILITY IN AGING STUDY (IMIAS).
Idoso, dor, envelhecimento
Introdução: o processo de envelhecimento populacional repercute no aumento
da prevalência de condições incapacitantes para indivíduos idosos. A dor crônica em idosos é considerado um problema de saúde pública, acarretando alta demanda de serviços de saúde, e estar associada à incapacidade física e funcional. A prevalência da sintomatologia dolorosa e déficits na mobilidade variam nas populações idosas de contextos sociais diferentes. Existem, no entanto, lacunas do conhecimento sobre os fatores intervenientes da associação da dor com a funcionalidade em idosos. Objetivos: estimar a prevalência da sintomatologia dolorosa em uma amostra populacional de países de diferentes perfis de envelhecimento; e identificar os fatores associados à dor em relação ao desempenho físico considerando os potenciais fatores de confusão. Metodologia: estudo observacional analítico de caráter transversal derivado do estudo multicêntrico The International Mobility in Aging Study (IMIAS), realizado nas cidades de Saint-Hyacinthe (Quebec, Canadá), Kingston (Ontário Canadá), Manizales (Colombia), Tirana (Albânia) e em Natal (Brasil). Foram analisados 2000 idosos de 65 a 74 anos de ambos sexos, com dados socioeconômicos, saúde e medidas antropométricas. O desempenho físico foi avaliado por meio da Short Physical Performance Battery (SPPB), e sintomatologia dolorosa, pelo auto relato da presença de dor nas costas e em membros inferiores. Resultados: os homens apresentaram menor prevalência de dor quando comparado às mulheres, sendo mais acometida a região dos membros inferiores (p<0.001). Na avaliação do desempenho físico, os homens obtiveram melhor média do escore total do SPPB em relação às mulheres (p<0.001). O relato de dor e a sintomatologia dolorosa estão associados do baixo desempenho físico nos idosos em ambos os sexos (p<0.001). A presença de sintomatologia depressiva, índice de massa corporal e dor estiveram associados ao baixo desempenho físico nas mulheres (p<0.001), o mesmo observado em relação às condições socioeconômicas (p<0.001). Conclusão: A dor se mostrou ser um fator limitante para o desempenho físico da população de idosos estudada, mesmo quando ajustado por condições de saúde e socioeconômicas. Os resultados sinalizam a importância de priorizar a avaliação de sintomatologia dolorosa em pessoas idosas, no sentido de criar estratégias de prevenção e cuidados, que possam minimizar o impacto da dor na funcionalidade e qualidade de vida desta população.