RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA REPRODUTIVA, DESEMPENHO FÍSICO E RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES DE MEIA-IDADE E IDOSAS: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Envelhecimento, doenças cardiovasculares, história reprodutiva, desempenho físico funcional.
Introdução: Durante o envelhecimento populacional tem-se o aumento do número de problemas de saúde associados a este evento, os quais podem estar relacionados com eventos do curso da vida, como a história reprodutiva. Dentre eles, destaca-se o aumento da prevalência das doenças cardiovasculares e a diminuição do desempenho físico, as quais podem ser responsáveis pela redução da qualidade de vida e pelo aumento dos gastos com saúde. Objetivos: Analisar a relação entre história reprodutiva, risco cardiovascular e desempenho físico em mulheres de meia-idade e idosas. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico, de caráter transversal e natureza epidemiológica. A população foi constituída por mulheres com idade entre 40 e 80 anos, residentes nos municípios de Parnamirim e Santa Cruz, Rio Grande do Norte. As variáveis de história reprodutiva (idade da menarca, idade materna no primeiro filho, paridade e situação menopausal) foram coletadas por meio do autorrelato. O desempenho físico foi mensurado pela Short Physical Performance Battery, teste de sentar e levantar e teste de equilíbrio unipodal de olhos abertos. O risco cardiovascular foi analisado por meio do Escore de Risco Cardiovascular de Framingham. Além disso, foram coletados dados sociodemográficos, socioeconômicos, índice de massa corporal, parâmetros bioquímicos e informações sobre a prática de atividade física das participantes. Em relação as análises estatísticas, no primeiro artigo foi realizada análise de regressão linear múltipla entre as variáveis que apresentaram p < 0,20 na análise bivariada e o Escore de Risco Cardiovascular Framingham. Para o segundo artigo foi realizada a análise de Regressão Linear Múltipla pra estimar a relação das variáveis do desempenho físico com o Escore de Risco Cardiovascular de Framingham, ajustada pelas covariáveis idade, anos de estudo e atividade física. Resultados: Quanto aos resultados do primeiro artigo, a cada acréscimo no número de filhos as mulheres aumentaram o Escore de Risco Cardiovascular de Framingham em 0,19 pontos (β = 0,199, p = 0,01). Além disso, aquelas que estavam na pós-menopausa apresentaram um aumento de 1,6 (β = -1,601, p = 0,002) no Escore de Risco Cardiovascular de Framingham. No segundo artigo, o risco cardiovascular permaneceu significativo para todas as variáveis de desempenho, nos quais as mulheres classificadas em alto risco cardiovascular apresentaram piores escores na SPPB (β = -0,325, IC 95% -0,643 : - 0,007), no teste de sentar e levantar (β= 0,697, IC 95% 0,030 : 1,364) e no equilíbrio de olhos abertos (β= -2,986, IC 95% -5,525 : -0,446), em relação aquelas classificadas em baixo risco cardiovascular. Conclusão: O presente estudo observou que as mulheres com maior paridade e que estavam na pós-menopausa apresentaram escores mais altos de risco cardiovascular. E aquelas com alto risco cardiovascular apresentaram pior função física. Dessa forma, a investigação destes fatores poderá servir para a implementação de novas estratégias para prevenção e reversão dos mesmos e, com isso, poderá reduzir o comprometimento físico e incapacidade em mulheres de meia-idade e idosas.