Papel da CaMKII na reconsolidação da memória de reconhecimento de objetos
CaMKII, Memória, Reconsolidação
Informações adquiridas podem ser estabilizadas em memórias de longa duração (MLD) através de um processo dependente de síntese proteica e expressão gênica denominado consolidação. A evocação, é capaz de desestabilizar as MLD que podem ser modificadas e, para persistirem, precisam passar por um novo processo dependente de síntese proteica e expressão gênica denominado reconsolidação. A reconsolidação acontece em duas etapas e atua sobre um traço mnemônico já existente. A primeira fase, chamada desestabilização, deixa o traço mnemônico reativado em um estado maleável e passível de modificação, enquanto a segunda fase, chamada restabilização, permite que o traço mnemônico se torne novamente estabilizado. As memórias de reconhecimento de objetos (MRO) são representações declarativas essenciais para recordar sensos comuns e eventos. De fato, um dos primeiros sintomas da doença de Alzheimer é o declínio desse tipo de memória. O estudo das proteínas sinápticas hipocampais foi fundamental para o melhor entendimento dos mecanismos moleculares da memória nas últimas décadas. No entanto, o papel dessas proteínas na reconsolidação da MRO permanece ainda pouco compreendido. Neste projeto, nós investigamos o papel da proteína quinase II dependente de cálcio/calmodulina (CaMKII) hipocampal na reconsolidação da MRO. Nossos resultados iniciais sugerem que em ratos, a CaMKII não é necessária para a fase de restabilização da MRO, mas desempenha um papel essencial da desestabilização dessas memórias. Esse processo de desestabilização parece depender da atividade da subunidade GluN2B dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDAr) para ocorrer, sugerindo uma importante regulação entre CaMKII e NMDAr. Nos experimentos futuros pretendemos analisar a participação da CaMKII nas (1) cascatas bioquímicas dos processos de desestabilização e restabilização da MRO e (2) no perfil elétrico hipocampal durante a reconsolidação da MRO. Entendemos que a regulação dos mecanismos de ativação dados pela CaMKII é de extrema importância para os processos fisiológicos e, logo, para a compreensão de como desordens neurológicas se desenvolvem