ITINERÁRIOS DESVIANTES: UM ESTUDO SOBRE INTERMITÊNCIAS NA EJA
EJA.Intermitência. Evasão. Permanência.
O presente estudo versa sobrerazões que movemalunos e alunas da Educação de Jovens e Adultos a manteremrelações intermitentes (saídas e retornos) com a escola. Consistindo em um estudo caso, a pesquisa foi realizada em uma escola pública localizada na zona norte do município de Natal-RN. Voltando o olhar para as saídas e retornos de alunos(as) da escola,a partir da perspectiva de que esses itinerários dão forma a um fenômeno que se difere da evasão, problematizamos e discutimos esses movimentossob o olhar daintermitência. Dessa maneira, a escola campo nos auxiliou na compreensão e aprofundamento dessa distinção, a partir do encontro com autores que nos fizeram vê-la como um fenômeno que se difere da evasão e que está entre a permanência. Após esse encontro, partimos para escola lócus de pesquisa, onde se realizou a aplicação e análise de entrevistas semiestruturadas realizadas com alunos(as) intermitentes da EJA níveis II e III. Para realização das entrevistas utilizamos como critério de participação, a colaboração dealunos(as)que saíram e voltaram para escola pesquisada no mínimo duas (2) vezes, num recorte temporal de cinco (5) anos (2013 -2018). Alicerçada pelas prerrogativas cabíveis ao estudo de caso, tendo caráter exploratório, para empiria realizada articulamos diferentes procedimentos metodológicos de cunho qualitativo e quantitativo. Tomamos como referencial os estudos de autores como Arroyo (2005;2009;2018); Bernard Charlot (2000); LarrosaBondía (2002);Edgar Morin (2005); Mamed (2004);.entre outros. Os resultados alcançados possibilitaram a evidência da intermitência como uma fenômeno existente no chão da escola pesquisada e promoveu discussões acerca das desigualdades sociais, a negação dos direitos vividas por estudantes da EJA. Dentro destes contextos adversos, os(as) alunos participantes revelaramque suasintermitências partem de sua relação com o mundo escolar e da educação, partem de uma relação com o saber, articuladas em si, movidas pelo desejo e pela esperança de melhorias de vida.