SER GESTORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL:
QUAIS SENTIDOS ATRIBUÍDOS NA CULTURA PROFISSIONAL?
Gestão Escolar. Educação infantil. Formação docente. Cultura profissional
Essa pesquisa teve por objetivo compreender os sentidos que as gestoras atribuem à gestão escolar da Educação Infantil, a partir da própria formação docente acadêmica e da sua cultura profissional. A necessidade de se pesquisar sobre os sentidos atribuídos à gestão escolar da Educação Infantil pelas gestoras pode ser considerada como um contributo para os estudos sobre gestão escolar na perspectiva da própria equipe gestora. Parte-se da ideia de que os sentidos atribuídos desvelam os processos de reinvenção da cultura profissional que escapam ao olhar menos atento e tomam formas diversas, sendo construídos e reconstruídos nas interações sociais no cotidiano vivido na comunidade escolar. A investigação empírica foi desenvolvida no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Marilanda Bezerra, localizado na cidade de Natal/RN, durante os anos de 2012 e 2013. A metodologia está respaldada na abordagem qualitativa com características de uma pesquisa do tipo etnográfica em educação, tendo como principais instrumentos de construção das informações a entrevista compreensiva semiestruturada. Isso permitiu (por meio do discurso oral das interlocutoras) a interpretação dos sentidos e valores autoatribuídos às suas ações, o caderno pessoal de registros do campo, as fichas de análises interpretativas, os planos evolutivos e a observação participante. Destacam-se autores como Jean-Claude Kaufmann, Adir Ferreira, Sônia Kramer, Álvaro Marchesi, Júlia Oliveira-Formosinho, Maurice Tardif, Telmo Caria, Andy Hargreaves; os quais embasaram teórica e metodologicamente este trabalho. A análise e a interpretação da experiência apontaram para as possibilidades de compartilhamento de ações da unidade escolar de Educação Infantil com a comunidade, destacando a importância de uma prática de gestão escolar participativa e colaborativa do CMEI, ressalta-se o valor dessa possibilidade de gestão escolar mais horizontal e interativa na tentativa de se constituir em espaço democrático e crítico para a cultura profissional, com a participação decisiva da equipe gestora. Essa forma de gestão educacional tem demonstrado sensibilidade, criatividade, inovação e a possibilidade de transformação social, através da ação institucional e das práticas das professoras da educação infantil, convivendo com os desafios, os dilemas e os problemas do cotidiano de trabalho e as lacunas de uma formação fragmentada.