O SERTÃO EDUCA.
Educação; Sertão; Natureza; Poesia.
Para construção desta tese, refletimos a respeito do sertão como um lugar que educa. Fundamentado na filosofia da Natureza de Merleau-Ponty, em alguns livros da literatura sertaneja, na obra do poeta Cancão (João Batista de Siqueira), nas orientações, nas conversas com os sertanejos do Cariri paraibano e do Pajeú pernambucano, foi possível pensar e compreender a educação emergida pela relação do homem do sertão com a natureza e a poesia. No campo da reflexão epistemológica, compreendemos que a educação da vida pode ser um caminho para a compreensão do homem, aprendendo por meio das relações e, com isso, construindo um conhecimento compartilhado e experimentado no dia a dia para novas aprendizagens. Envolvido com o fenômeno sertão, a atitude fenomenológica foi de fundamental importância para podermos trilhar nas veredas da pesquisa, sempre tendo cuidado para não haver uma acomodação diante do fenômeno investigado, mas sim, um afastamento para criação de horizontes de sentidos, dando outras significações para uma melhor aproximação. Foi possível compreender que a educação se faz da experiência vivida dos sertanejos com a natureza e a poesia. Essa concepção fenomenológica revela que a educação do sertão emerge do mundo vivido do sertanejo, por meio do contato sensível com outros animais, plantas e poesia. É uma educação corpórea, porque acontece no universo da sensibilidade e abre o campo da existência humana, interligada com os seres animados e inanimados do sertão.