ACOMPANHAMENTO EDUCACIONAL HOSPITALAR: O QUE DIZEM CRIANÇAS, MÃES E PROFESSORAS
Narrativas da experiência. Pesquisa (auto)biográfica. Crianças em tratamento de doenças crônicas. Mães e professoras. Acompanhamento em Classe hospitalar.
Esta Tese tem como objetivo geral, investigar, com base em narrativas da experiência vivida, os sentidos que crianças em tratamento de doenças crônicas, suas mães e professoras atribuem ao acompanhamento educacional em classe hospitalar. Tomamos como objeto de estudo os sentidos que crianças em tratamento de doenças crônicas, mães e professoras atribuem à classe hospitalar. Adotamos, em nossa pesquisa de doutoramento, os princípios epistemológicos da pesquisa (auto)biográfica em educação. Situamo-nos também nos estudos da infância, e em pesquisas sobre a escolarização em contexto hospitalar, em especial, aquelas produzidas pelo Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Formação, Auto.Biografia, Representações e Subjetividades (GRIFARS/UFRN/CNPq). Participam de nossa pesquisa 04 (quatro) crianças em tratamento de doenças crônicas, entre 05 (cinco) e 12 (doze) anos de idade, que realizaram ou realizam acompanhamento pedagógico nas classes hospitalares em que atuou ou atua a pesquisadora como docente; 04 (quatro) mães; 02 (duas) professoras que acompanharam ou acompanham crianças em classe hospitalar, entre os anos de 2014 e 2022. O corpus da pesquisa está formado pela transcrição de narrativas de 04 (quatro) crianças enfermas, produzidas numa situação de “faz de conta”, em rodas de conversa com a pesquisadora e um boneco alienígena, chamado Alien, que vem de um planeta que não tem escolas e hospitais; de 04 (quatro) mães, produzidas em rodas de conversa com a pesquisadora e com a mãe Alien, cujo filho passará um longo período sem frequentar a escola em seu planeta, por estar iniciando tratamento de doença crônica; de 02 (duas) professoras de crianças com doenças crônicas, a pesquisadora e a professora Alien, que está iniciando como professora de classe hospitalar e gostaria de saber como é a escola dentro do hospital; desenhos das crianças, mães e professoras; anotações no diário de campo da pesquisadora. As análises revelam que o acompanhamento educacional em classe hospitalar oportuniza à criança enferma a possibilidade de continuar ativa em seu processo de desenvolvimento através da efetivação da garantia do direito à educação. As narrativas das crianças, de suas mães e professoras corroboraram para o reconhecimento da classe hospitalar como uma aliada no “processo de cura”, uma vez que possibilita a manutenção de uma atividade importante para o desenvolvimento infantil, que é a escola, além de, também, possibilitar o acesso e a continuidade da escolarização durante o tratamento de saúde.