PRÁTICAS DE GESTÃO ESCOLAR, COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA E ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO CONTEXTO DE UMA ESCOLA MUNICIPAL: UM ESTUDO SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR
Inclusão Escolar; Deficiências; Práticas de Gestão Escolar, Coordenação Pedagógica, Atendimento Educacional Especializado; Formação.
A partir da nossa vivência profissional, sentimo-nos chamadas a analisar como pesquisadora as práticas dos gestores, coordenador pedagógico e Atendimento Educacional Especializado de um contexto educacional, tendo como base a inclusão escolar. Consideramos que este processo não veio para extinguir as boas práticas, nem para descaracterizar a escola, mas veio atendendo aos direitos naturais de inserção de todas as pessoas em uma instituição que desde a sua criação excluía uma parcela da população por vários motivos, dentre as quais as pessoas com deficiência. A abertura a todos e a afirmação de que todos são bem-vindos dá um verdadeiro sentido a esta nova escola, com princípios democráticos e inclusivos. A pesquisa foi uma imersão em uma das unidades de ensino da rede municipal do Natal, Rio Grande do Norte, que nos proporcionou como pesquisadora, tão acostumada com o cotidiano, enxergar aspectos nunca “vistos” e que estavam tão próximos de nós. Com a presente pesquisa doutoral, objetivamos conhecer o processo inclusivo no tocante às práticas de gestor, coordenador pedagógico e Atendimento Educacional Especializado, no contexto de uma escola regular. Adotamos a abordagem qualitativa com uma metodologia da pesquisa-ação, apoiada pela análise documental, observação, entrevista e questionários com destaque numa formação realizada com as cinco interlocutoras, participantes, que propiciaram a construção dos dados submetidos à análise do conteúdo de Bardin (2010). Dentre os autores, destacamos: e Freire (1983; 1987; 1986; 2000; 2004), Mantoan (1999; 2000; 2004; 2008; 2016; 2021), Martins (1988; 2000; 2003; 2004; 2020; 2021), Mittler (2003), Pires (2006; 2019; 2015), Silva (2006; 2014) e Stainback e Stainback (1999) cujas obras foram fundamentais para as discussões relativas à gestão escolar, democracia e a construção do texto. Partimos do pressuposto de que: as práticas desenvolvidas em bloco, pela gestão, coordenação pedagógico e o AEE, implicam em um trabalho conjunto, colaborativo em uma escola regular, sendo fundamentais para a efetivação da inclusão neste contexto, pois cria conexões entre os segmentos, favorecendo a construção de projeto pedagógico à luz da perspectiva democrática e inclusiva para alunos com ou sem deficiência. Portanto, um processo formativo poderá contribuir com a discussão da prática entre os segmentos na diversidade do contexto escolar, impulsionando a construção de conexões intrapessoais e profissionais, favorecendo práticas e atitudes que efetivem a inclusão escolar. O texto é propositivo e aponta caminhos para estudos e transformação das práticas pedagógicas e, sobretudo, as relacionadas à gestão, coordenação pedagógica e ao Atendimento Educacional Especializado à luz da inclusão, mas ao mesmo tempo questiona, inquieta, provoca reflexões sobre este processo ligado ao direito de todos os alunos (artigo 205 da Constituição de 1988), que ainda é negado para aquele Necessidade Educacional Especial. A pesquisa apresenta princípios constitucionais basilares da educação, como: gestão democrática e inclusão para todos, que necessitam serem reconhecidos e efetivados e para tanto fortalecidos em práticas formativas no contexto escolar.